Utilizado desde 2011 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o sítio Santa Bárbara será alvo de novo inquérito sigiloso da Polícia Federal. O objetivo é apurar a ligação entre a propriedade rural, localizada em Atibaia, a 50 quilômetros de São Paulo, a Lula, empreiteiras e outras pessoas físicas já investigadas na Operação Lava-Jato. Até então, o sítio vinha sendo investigado como parte do inquérito policial destinado a apurar crimes cometidos por ex-dirigentes da construtora OAS, como peculato e lavagem de dinheiro.
As investigações apontam que a OAS pagou pela instalação de cozinhas planejadas no valor de R$ 28 mil no sítio, além do triplex do edifício Solaris, no Guarujá (SP), alvo da etapa Triplo X da Lava-Jato e que teria pertencido ao ex-presidente. Também teriam sido entregues no sítio um refrigerador de R$ 9,7 mil, uma lava-louças de R$ 9,1 mil, um forno elétrico de R$ 10,1 mil e uma bancada de R$ 43 mil. No total, a OAS teria desembolsado R$ 130 mil nas compras. A Operação Lava-Jato investiga ainda se a construtora Odebrecht fez reformas na propriedade rural.
Dinheiro vinculado A Justiça investiga se ambos os imóveis foram utilizados para lavar dinheiro vinculado a contratos da Petrobras. O Instituto Lula alega que o ex-presidente frequenta desde 2011 um sítio de propriedade de amigos da família e que a tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular a imagem do ex-presidente. Anteontem, o presidente do PT, Rui Falcão, declarou em nota publicada no site do partido, que nunca no Brasil um ex-presidente foi “tão caluniado, difamado, injuriado e atacado como o companheiro Lula”. Falcão enxerga uma tentativa de linchamento moral e político de Lula.
O sítio pertence à Fernando Bittar e Jonas Suassuna. Ambos são sócios do filho mais velho de Lula, Fábio Luís. Lula afirma ter desistido da compra do triplex.