Dilma e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, se encontraram com Lula na noite de sexta-feira em São Paulo. Na conversa, acertaram detalhes de defesa. A última vez que a presidente e o antecessor estiveram juntos foi em 5 de janeiro, no Palácio da Alvorada, na véspera do depoimento do petista à Operação Zelotes. Na tarde de sexta, Lula se reuniu com o Conselho Político do seu instituto e com os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin.
A defesa de Dilma ocorre após mais de um mês de ataques à imagem do líder petista.
Pressionado, Lula prestará depoimento na quarta-feira no Ministério Público de São Paulo, como investigado por ocultação de um triplex no Guarujá. O petista tem se demonstrado abatido com as manifestações contra ele, que incluem um boneco com roupa de presidiário, e com as apurações policiais.
QUATRO PROBLEMAS Lula tem pelo menos quatro problemas para resolver. Um sítio em Atibaia, registrado em nome de dois sócios de seu filho Fábio Luís Lula da Silva, que já foi frequentado pelo ex-presidente 111 vezes, de acordo com dados do Portal da Transparência. Para lá, ele levou mudanças, de acordo com documentos obtidos pela revista Veja. Investigadores da Lava-Jato suspeitam que o imóvel foi reformado pela OAS e pela Odebrecht e serviu para mascarar propinas desviadas da Petrobras.
No Guarujá (SP), o problema se repete em relação ao triplex. Na Zelotes, os investigadores descobriram que Luis Cláudio, outro filho do petista, recebeu R$ 2,5 milhões de uma empresa acusada de pagar propina em troca da aprovação ou facilitação do andamento de medidas provisórias. No Ministério Público Federal em Brasília, Lula é alvo de um inquérito por tráfico de influência internacional em favor da empreiteira Odebrecht..