Capixaba tinha sido indicado para o Conselho de Ética por Jovair Arantes, após Faria de Sá renunciar à vaga de titular, em troca da promessa de ser indicado por Arantes para a presidência da comissão de Seguridade Social da Casa. A manobra visava beneficiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado, pois Faria de Sá foi um dos 11 deputados que declararam voto a favor da continuidade do processo contra o peemedebista, enquanto a expectativa era de que Nilton Capixaba seguisse orientação do líder do PTB e votasse a favor do presidente da Câmara no caso.
Capixaba afirmou, por meio de sua assessoria, que não teria como participar das reuniões do Conselho de Ética, pois é presidente estadual do PTB de Rondônia e, por isso, precisa estar no Estado todas as quintas e sextas-feiras. "Seria muito dispendioso para ele, que tem um perfil muito municipalista", afirmaram assessores do parlamentar ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.
A assessoria de Capixaba negou que o fato de ele já ter sido alvo de processo no Conselho de Ética em 2006, devido a suposto envolvimento no escândalo da máfia dos sanguessugas, tenha motivado a decisão de renunciar ao posto no Conselho de Ética.
Na tarde de hoje, o Conselho de Ética voltará a se reunir. O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo, deverá formalizar a concessão de vista feita por aliados de Eduardo Cunha. Araújo foi obrigado a conceder o pedido de vista após o vice-presidente da Câmara, Valdir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, atender a recurso apresentado pela "tropa de choque" do peemedebista, e anular a votação do parecer preliminar que pedia a cassação de Cunha.
Com a saída de Capixaba, qualquer um dos nove suplentes do bloco liderado pelo PMDB que registrar presença primeiro na reunião desta tarde poderá votar. Entre os 9, apenas Onyx Lorenzoni (DEM-RS) já declarou oposição a Cunha no processo..