"O Brasil está hoje absolutamente dividido.
Em novembro do ano passado, uma comissão especial formada na OAB para analisar o cabimento do impeachment da presidente recomendou que a entidade não endossasse o pedido de afastamento de Dilma por causa da análise das contas feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A votação na comissão do impeachment foi decidida por três votos a dois, com entendimento predominante de que as chamadas "pedaladas fiscais" - atrasos nos repasses de recursos do Tesouro - ocorreram em mandato anterior ao atual.
O tema foi levado ao plenário do Conselho Federal da entidade, composto por 81 membros, que decidiu incluir na discussão dados referentes às investigações da Operação Lava Jato e adiou a conclusão do debate.
"Claro que, num determinado momento, esta comissão esteve dividida. E foi dividida mesmo. Na medida em que não chega a uma conclusão que seja forte para que o pleno possa apreciar tudo, o que é melhor fazer? Ampliar-se o espectro", defendeu Lamachia.
O presidente da OAB evitou estimar uma data para o posicionamento final da entidade sobre o assunto. "Os fatos estão se sucedendo. Vocês devem saber que nos próximos dias devemos ter algumas outras notícias em função dessas delações premiadas", afirmou o novo dirigente nacional da entidade.
O processo de impeachment da presidente, aberto em 2 de dezembro do ano passado, foi suspenso até decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que regulamentou o rito do procedimento.