Brasília, 16 - Com objetivo de afinar o discurso tucano no Congresso, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), convocou deputados e senadores para uma reunião nesta terça-feira, 16. O encontro ocorreu durante almoço na sede da liderança do partido na Câmara, no início da tarde.
Segundo parlamentares presentes, Aécio pediu que senadores e deputados reforcem a defesa das chamadas reformas estruturantes, como a da Previdência Social, que o governo pretende mandar ao Congresso. A defesa faz parte da estratégia do PSDB para este ano, como vem mostrando o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Com discurso de que a crise econômica é grave e não pode se transformar em luta política, o PSDB decidiu afastar a linha do "quanto pior, melhor" e apoiar o governo em algumas das reformas. A adesão, contudo, está condicionada ao apoio do PT às propostas e não se estende a propostas de aumento de impostos.
Inicialmente, a divulgação da estratégia dos tucanos pela imprensa não foi bem recebida pelos outros partidos da oposição, que criticaram a ideia. Em reunião na manhã desta terça-feira, contudo, líderes de partidos como PPS e DEM afinaram o discurso e decidiram acompanhar o PSDB na estratégia.
Linha propositiva
Como mostrou na segunda-feira, 15, o Broadcast Político, Aécio Neves reviu sua estratégia de atuação política no Congresso e decidiu adotar este ano uma linha mais propositiva em relação a 2015, quando se empenhou durante praticamente o ano inteiro no afastamento da presidente Dilma Rousseff.
A mudança de atuação do tucano decorre de uma série de avaliações feitas por aliados e assessores próximos.
Rejeição
Desde o segundo semestre do ano passado, pesquisas mostraram uma queda das intenções de voto de Aécio em simulações de corrida presidencial e ainda um aumento da rejeição pessoal dele.
Levantamentos qualitativos internos identificaram Aécio como um senador que não propunha saídas para superar a crise. As sondagens também mostraram uma corrosão na imagem do PSDB pelo apoio às pautas-bomba. Uma delas foi o aval maciço da legenda à tentativa de derrubar, em setembro, o fator previdenciário.