Após derrotar Hugo Motta (PB), candidato apoiado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por 37 votos a 30, o líder reeleito do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), disse que buscará diálogo com o presidente da Câmara.
Picciani minimizou a derrota sofrida por Cunha na tarde desta quarta-feira, 17. O presidente da Câmara havia se engajado profundamente na campanha de Motta e, ao contrário do ano passado, foi ao plenário votar. "Aqui não tem derrotados, nem vencidos nem vencedores. Aqui, a vitória é de toda bancada do PMDB que vai, respeitando as suas divergências, caminhar junta no ano de 2016", afirmou Picciani.
Questionado sobre a quem, ele ou Cunha, cabe buscar o tal diálogo, ele tomou para si a responsabilidade. "(Cabe) a todos os membros da bancada. O líder tem o papel de ser o catalizador disso e cumprirei com este papel", disse Picciani.
O líder reeleito com apoio do Palácio do Planalto disse que o resultado estava dentro do esperado, muito embora, na véspera, contabilizava um mínimo de 42 votos. Dois deputados não votaram hoje. "Tivemos uma maioria significativa. Agora é construir. Já falei com o deputado Hugo Motta. Vamos trabalhar a unidade da bancada", afirmou. Ele nega que tenha sido auxiliado pelo governo federal.
Caberá a Picciani, contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, indicar os representantes do PMDB que comporão a comissão que analisará o impedimento da petista. Ele disse que fará uma composição equilibrada. "Indicaremos na comissão do impeachment todas as correntes de pensamento do partido. No momento em que for chamado, faremos. Não há nenhuma dúvida de que todos estarão representados na comissão", afirmou Picciani.
Após a vitória, Leonardo Picciani recebeu telefonemas de felicitações. Uma das ligações foi do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), seu aliado. Mas aliados de Cunha também fizeram questão de felicitar o novo líder. Foi o caso de Manoel Júnior (PB), que acompanhou a entrevista coletiva atrás do líder e o abraçou em seguida.