Castro afirmou que nunca teve dúvida de que retomaria o mandato de deputado federal para apoiar a recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB. Na avaliação dele, sua participação na disputa era importante, pois ela representa uma “encruzilhada” entre o grupo do PMDB que apoia a presidente Dilma Rousseff e outro que é favorável ao impeachment.
O ministro confirmou que o Planalto deu aval para sua exoneração. Ele disse que comunicou seu desejo de participar da eleição do PMDB na Câmara aos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de governo) e ao assessor especial da Presidência da República, Giles Azevedo. “Comuniquei e todos concordaram com a minha decisão”, comentou. Ele ressaltou que não chegou a conversar diretamente com a presidente Dilma Rousseff. Alvo de protestos, ele minimizou as manifestações e disse que não se sente constrangido “Um homem público assume posições e isso tem consequências. E estou certo de que tomei a decisão certa”.
Análise da notícia
Simbolismo
A licença tirada pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, com certeza não vai comprometer as ações do governo contra o zika vírus, a dengue e a chikungunya. Mas ela carrega um forte simbolismo de como o país prioriza as ações políticas mesmo diante de um problema gravíssimo de saúde pública. A imagem que fica para o cidadão comum é que o governo está mais preocupado com a vitória eleitoral de um aliado para salvar a pele da presidente do que com a saúde de milhões de brasileiros que estão sofrendo nas filas dos postos de saúde. Talvez Dilma não tenha se dado conta disso ao licenciar o ministro. Que, vale lembrar, não foi escolhido por critérios técnicos.