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Estado de Minas

Exonerado temporariamente para voltar à Câmara, Castro nega constrangimento


postado em 18/02/2016 06:00 / atualizado em 18/02/2016 07:36

Manifestantes fantasiados de mosquito protestaram contra o ministro(foto: ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS)
Manifestantes fantasiados de mosquito protestaram contra o ministro (foto: ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS)
Brasília - O ministro da Saúde, Marcelo Castro, exonerado temporariamente para voltar à Câmara, disse que a decisão foi tomada por ele ser o único peemedebista do Piauí na Casa. “Entendo que o Piauí não poderia ficar de fora de uma decisão tão importante como esta”. Castro disse que a decisão da exoneração foi “pessoal” e que não sofreu pressão do Palácio do Planalto. “Entendi que a minha presença aqui que é relevante e tomei uma decisão pessoal. Não fui instado por ninguém.” Um grupo de manifestantes fantasiados de mosquitos jogou pedaços de papel com imagens do Aedes aegypti na entrada do plenário onde houve a eleição do novo líder do PMDB. Eles criticaram o fato de o ministro ter pedido exoneração do cargo para participar da escolha da liderança em meio à epidemia de vírus Zika que o país enfrenta. Castro disse que entendia a manifestação e minimizou o protesto dizendo ser bem-vinda “qualquer ação que dê visibilidade para o mosquito que nós queremos acabar”.

Castro afirmou que nunca teve dúvida de que retomaria o mandato de deputado federal para apoiar a recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB. Na avaliação dele, sua participação na disputa era importante, pois ela representa uma “encruzilhada” entre o grupo do PMDB que apoia a presidente Dilma Rousseff e outro que é favorável ao impeachment. “Nunca tive dúvida de que voltaria. Só não achava que deveria publicizar para não criar expectativa antecipada”, afirmou Castro. Ele disse que, desde o começo da campanha para liderança do PMDB, ele tinha certeza de que pediria exoneração para participar do pleito. Segundo o peemedebista, como único deputado do PMDB do Piauí e como presidente estadual da sigla, não poderia deixar de participar do pleito na tarde desta quarta-feira.

O ministro confirmou que o Planalto deu aval para sua exoneração. Ele disse que comunicou seu desejo de participar da eleição do PMDB na Câmara aos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de governo) e ao assessor especial da Presidência da República, Giles Azevedo. “Comuniquei e todos concordaram com a minha decisão”, comentou. Ele ressaltou que não chegou a conversar diretamente com a presidente Dilma Rousseff. Alvo de protestos, ele minimizou as manifestações e disse que não se sente constrangido “Um homem público assume posições e isso tem consequências. E estou certo de que tomei a decisão certa”.

Análise da notícia

Simbolismo

A licença tirada pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, com certeza não vai comprometer as ações do governo contra o zika vírus, a dengue e a chikungunya. Mas ela carrega um forte simbolismo de como o país prioriza as ações políticas mesmo diante de um problema gravíssimo de saúde pública. A imagem que fica para o cidadão comum é que o governo está mais preocupado com a vitória eleitoral de um aliado para salvar a pele da presidente do que com a saúde de milhões de brasileiros que estão sofrendo nas filas dos postos de saúde. Talvez Dilma não tenha se dado conta disso ao licenciar o ministro. Que, vale lembrar, não foi escolhido por critérios técnicos. Castro chegou à Esplanada por indicação política do grupo do PMDB mais afinado com o Planalto. (Renato Scapolatempore)


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