Mas os principais aliados do vice não esconderam o descontentamento com o que chamaram de interferência do Planalto em assunto interno da legenda. A presidente Dilma Rousseff escalou auxiliares para trabalhar por Picciani e não por Hugo Mota (PB), candidato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ).
Desde o início do ano, Temer tentou se manter distante da disputa. O receio era de que uma participação mais ativa prejudicasse a sua recondução ao comando do PMDB, que deverá ser chancelada em março, em convenção da sigla.
No fim do ano passado, Temer deixou suas digitais no movimento que destituiu Picciani da liderança. Ele também coordenou a impugnação da filiação de deputados que tinham como propósito fortalecer o deputado fluminense. A estratégia gerou reações. Depois de senadores do PMDB ameaçarem lançar uma candidatura adversária à de Temer para a presidência da legenda, o vice recuou e adotou o discurso de que iria trabalhar pela "unidade" no partido.
O tom conciliador de Temer, porém, não é o usado por aliados. Na quarta-feira, dois interlocutores do vice tentaram desqualificar a vitória de Picciani.
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