A força-tarefa da Lava-Jato tentou, sem sucesso, identificar o homem que teria ameaçado o delator ligado ao PT Fernando Moura no município de Vinhedo, onde ele reside, um dia antes de seu interrogatório perante o juiz Sérgio Moro, em 22 de janeiro deste ano. Nessa audiência, Fernando Moura negou informações prestadas em sua colaboração premiada - inclusive dados que comprometem o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso desde 3 de agosto na Operação Pixuleco por suspeita de recebimento de propinas do esquema instalado na Petrobras.
A partir de imagens de câmeras de segurança no município de Vinhedo - cidade onde também fica a residência de Dirceu - , a Polícia Federal identificou dois homens com característica semelhante à descrita por Moura aos procuradores da República quando relatou a suposta investida que alega ter sofrido no trânsito.
Segundo o relator, por volta das 10h30 da manhã do dia 21 de janeiro um homem branco de calça jeans e camisa cinza o abordou na rua 9 de julho da cidade questionando sobre seus netos, episódio que Moura relata ter compreendido como uma ameaça velada.
No relatório de duas páginas, o agente Wiligton Gabriel Pereira ressalta que a "má qualidade do vídeo ora analisado não permite qualquer conclusão positiva com relação a suposta agressão". Diante disso, o Ministério Público Federal concluiu que ainda não foi possível identificar o suposto agressor citado pelo delator.
A documentação foi encaminhada ao juiz Sérgio Moro no procedimento investigativo aberto contra Fernando Moura por descumprimento dos termos de seu acordo de delação após ele mudar sua versão em juízo utilizando a suposta ameaça a sua família como justificativa.