O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), disse que a prorrogação do prazo das atividades do colegiado por 60 dias, previstas inicialmente para se encerrarem no próximo dia 19 de março, demonstra fragilidade do governo e falta de sintonia com a base aliada. "O governo está preocupado neste momento porque as investigações da CPI começam a bater nas portas do Planalto", declarou nesta quinta-feira, 18.
O deputado adiantou que, se a CPI for prorrogada, pretende adquirir novas provas por meio de quebras de sigilo e requerimentos de busca e apreensão. Já há um requerimento na pauta desta quinta-feira, 18, de convocação do ministro Jaques Wagner, porém a definição deve ficar para a próxima terça-feira, 23, por falta de quórum. Mais cedo, deputados do PT fizeram manifestações contra a convocação.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que, com a convocação de Wagner, a CPI deixaria de cumprir a sua função com os trabalhadores lesados e passaria a atender apenas interesses políticos. Efraim rebateu dizendo que essa seria uma oportunidade de defesa ao ministro, que entrou na mira da CPI após a divulgação de mensagens de celular em que supostamente atua na Fundação dos Economiários Federais (Funcef), para favorecer a empreiteira OAS.
"O governo operou de todas as formas para obstruir a votação de prorrogação e não conseguiu. Isso tem um poder simbólico muito forte", declarou Efraim. A vitória pela prorrogação foi por maioria de 16 votos a 11. Entre os que votaram a favor, estavam representantes da base aliada do governo, como PSD e PTB. A decisão da maioria tem, contudo, apenas um caráter político e deve passar pela Câmara e ser aprovada por maioria simples.
O parlamentar disse que aposta no apelo social da CPI para conseguir a aprovação também em plenário. "Com a derrota do governo e a CPI dizendo que possui potencial de investigação e material que precisa ser aprofundado são argumentos muito fortes para o plenário. Quem votar contra vai ter que se explicar perante o seu eleitorado. Vamos encher a Casa com os aposentados lesados", disse Efraim após sessão da CPI.
A comissão ouviu nesta quinta-feira o depoimento do presidente para América Latina e CEO no Brasil do Banco BNY Mellon, Eduardo Koelle. O BNY Mellon é suspeito de dar prejuízo ao Postalis, fundo de pensão dos Correios. No início da sessão, Koelle afirmou que o banco não se sente responsável sobre os danos ao patrimônio.