O secretário do PSB, João Marcos (foto), e o presidente do PSDB em Minas, Domingos Sávio, acham que o momento é de diálogo e apostam no entendimento - Foto: Beto Magalhães/EM/D.A PRESS 22/11/13A articulação entre aliados do senador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Marcio Lacerda (PSB) para lançar um nome comum do campo político à sucessão municipal de Belo Horizonte mal começou e já enfrenta turbulências. O
Estado de Minas apurou que, em vez da polarização desejada pelos opositores do PT no enfrentamento, pode haver deste lado também uma pulverização de nomes. O problema está na falta de entendimento entre os dois partidos. Apesar do esforço público das principais lideranças para chegar a um consenso, nos bastidores parte dos tucanos e aliados demonstram insatisfação com Marcio Lacerda, alegando que ele estaria se recusando a aceitar nomes oferecidos pelo partido na tentativa de impor um de sua preferência.
Segundo aliados, Lacerda deixou claro que quer um técnico, o que, segundo ele, seria a vontade da população. A bola da vez é o presidente da Cenibra Paulo Brant, que já foi secretário de Cultura no governo Aécio Neves. Segundo uma fonte que participa das negociações, Lacerda já teria recusado os deputados estaduais João Vítor Xavier, porque é muito novo, e João Leite porque já perdeu uma eleição, além do ex-governador Alberto Pinto Coelho por não ter identidade com BH e ser um “político tradicional”.
As divergências podem levar João Vítor Xavier a deixar o PSDB. O parlamentar já estaria em conversas para se lançar candidato a prefeito pelo PSD. Já Délio Malheiros, o vice de Lacerda, pode acabar se lançando pelo PV diante da falta de apoio do prefeito.
Para um tucano que preferiu o anonimato, a real intenção de Lacerda seria tensionar as negociações para tentar forçar o PSDB a viabilizar a candidatura dos sonhos e única aceitável para ele, a do senador Antonio Anastasia. “Ele achará todo mundo ruim porque quer tirar o Anastasia do caminho dele em 2018”, afirmou o cacique, se referindo à possibilidade de o ex-governador tentar voltar a conquistar um mandato no Palácio Tiradentes.
O secretário do PSB, João Marcos (foto), e o presidente do PSDB em Minas, Domingos Sávio, acham que o momento é de diálogo e apostam no entendimento - Foto: Beto Magalhães/EM/D.A PRESS 22/11/13Para um integrante de outro partido da base, será muito difícil o campo político de Aécio embarcar em uma candidatura como a de Paulo Brant por se tratar de um nome desconhecido e sem cacife político. Ele cita como exemplo a eleição do ano passado, em que o ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB), que estava afastado de Minas e retornou para a disputa, foi derrotado pelo petista Fernando Pimentel na eleição para o governo do estado. “Foi uma grande experiência para nós, o aprendizado é que não se pega ninguém e se põe candidato da noite para o dia”, afirmou.
Gestor O secretário estadual de finanças do PSB, João Marcos Lobo, que participa das conversas, disse estar surpreso com as críticas e que há tempo para convergir. “Em momento algum a gente está fazendo exigência e não tem nenhum veto. Agora, um nome para emplacar tem que ter uma explicação por trás”, afirmou. De acordo com Lobo, as pesquisas qualitativas a que o PSB teve acesso mostram que o perfil de gestor é aprovado pela população. Os nomes apresentados pelos socialistas apontam nesse sentido. Além de Brant, o PSB tem como pré-candidatos o secretário de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Wilson Brumer, a secretária de educação Sueli Baliza e o vereador Daniel Nepomuceno.
João Marcos Lobo disse que o PSB vai testar todos os nomes. “Quando falamos um nome não é do bolso do colete que tiramos. Pesquisa nenhuma deu que a população quer político sorridente que dá tapinha nas costas”, afirmou. Segundo o dirigente socialista, os nomes do PSB também têm experiência em gestão pública como secretários estaduais ou municipais.
O presidente do PSDB Domingos Sávio disse que os partidos estão em processo de diálogo e considerou natural que Lacerda tenha suas preferências. Ele negou que o socialista esteja sendo intransigente.
“O PSDB já deu tem posição manifestada ao Lacerda de que não pode abrir mão de disputar a eleição majoritária, como já fez nas três últimas eleições, e queremos construir uma candidatura com ele. Vamos nos esforçar para chegar ao consenso”, afirmou..