Governistas apostam em bom senso do Congresso para aceitação de medidas

Líderes da base governista saíram em defesa do corte de R$ 23,4 bilhões no Orçamento anunciado nesta sexta-feira pelo governo e apelaram para o bom senso do Congresso para que as medidas não aumentem a rejeição dos parlamentares a propostas como a recriação da CPMF e a reforma da Previdência.

Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o Congresso será capaz de entender os contingenciamentos anunciados, inclusive o corte de R$ 8,1 bilhões nas emendas parlamentares.
"O governo está agindo de forma transparente e responsável. É o menor contingenciamento dos últimos anos. É uma medida cautelar", afirmou.

O deputado Afonso Florence (BA), líder do PT, disse que as medidas já eram esperadas e defendeu que "todo mundo deve dar sua cota de contribuição". "Tem que contingenciar. Os parlamentares precisam ajudar na estabilidade política", afirmou.

Tentando passar um tom de otimismo, Florence disse acreditar que a situação do País tende a melhorar, apesar de o governo ter reduzido a previsão do PIB de -1,9% para -2,9%. "Tenho que aprovar a majoração dos tributos dos ricos agora, tenho que aprovar a CPMF agora", afirmou.

Para o deputado Rogério Rosso (DF), líder do PSD, é preciso dar um voto de confiança à equipe econômica do governo. "O Brasil passa por uma crise econômica muito grave, retroalimentada por uma crise política e uma crise internacional muito forte.
Tenho convicção de que o Congresso terá maturidade", declarou.

Já a oposição dá sinais de que o otimismo governista não deve encontrar tanto eco na Câmara e no Senado. "É um espetáculo de horror interminável de um governo que dilapidou o erário, destroçou a economia, joga todo o prejuízo nas costas dos brasileiros e tem o desplante de pedir a solidariedade do Congresso", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA)..