Os advogados Ary Bergher, Raphael Mattos e Mauro Gomes de Mattos alegam que não puderam fazer cópia do inquérito da Operação Lava Jato que investiga a ligação do ex-presidente com o sítio e as obras feitas na propriedade por empreiteiras que têm contratos com o governo.
Segundo os advogados, a Procuradoria da República no Paraná "decidiu conceder apenas vista do procedimento, condicionada, ainda, a determinado dia e lugar" e não permitiu reprodução dos documentos.
"Frise-se que os autos possuem três volumes, 16 apensos e mais de dez horas de depoimentos audiovisuais, sendo impossível aos subscritores analisarem devidamente o feito na data estipulada pela Procuradoria da República", argumenta a defesa.
Os advogados de Suassuna pedem o cumprimento da súmula vinculante 14, do STF, que garante aos defensores acesso aos elementos de prova. Eles sustentam que o Ministério Público Federal (MPF) impôs "condições no mínimo abusivas, violando, inclusive, a igualdade de condições entre advogados e membros do Ministério Público".
No início da semana, os advogados informaram à força-tarefa que Suassuna gostaria de prestar esclarecimentos sobre o sítio o mais rapidamente possível e que abriria mão dos sigilos bancário e telefônico para facilitar as investigações.
Segundo os advogados, Suassuna é dono de parte do sítio e nega qualquer envolvimento do ex-presidente Lula na aquisição do imóvel. Suassuna comprou o sítio em sociedade com o empresário Fernando Bittar. Os dois são sócios de um dos filhos de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. Suassuna diz que sua parte na propriedade é um terreno onde não foi feito qualquer tipo de benfeitoria..