Os tucanos vão pedir ao TSE que inclua nos processos os fatos relativos à prisão de Santana.
Desde a manhã de terça-feira, 23, Aécio, parlamentares do partido e advogados que atuam nas ações definiram a estratégia: com a suspeita de que recursos ilícitos podem ter abastecido a campanha de Dilma para pagar o marqueteiro, o partido pedirá a cassação da dupla.
O presidente do PSDB tem dito desde o ano passado que prefere essa solução à do impeachment, na qual o vice assumiria. A avaliação no partido é de que a Operação Lava Jato subiu a rampa do Palácio do Planalto.
"Esse fato evidencia, de forma mais categórica, o uso de recursos ilícitos da campanha da presidente Dilma", afirmou o coordenador jurídico do PSDB e um dos vice-presidentes do partido, deputado Carlos Sampaio (SP). "Tudo ajuda a fechar a ideia de que houve financiamento irregular na disputa", comentou o advogado José Eduardo Alckmin, principal defensor do partido nas ações que impugnam a chapa Dilma e Temer.
Procurador
Em parecer ao TSE, no dia 5, Eugênio Aragão, vice-procurador-geral eleitoral, rebateu alegação de Dilma que requereu a não admissão de documentos enviados à corte pelo juiz federal Sérgio Moro. O procurador deu parecer favorável ao compartilhamento de provas da Lava Jato na Ação de Investigação Eleitoral em curso no TSE contra Dilma e Temer.
Para o procurador, o argumento do Planalto de que a documentação sob a guarda de Moro não pode ser admitida como prova emprestada "não se aplica à hipótese". Aragão terá de se manifestar também no caso de a oposição enviar ao TSE documentos envolvendo Santana.
O pedido de prisão temporária do marqueteiro trará mais polêmica sobre o processo de cassação do mandato da presidente.
"O compartilhamento de dados é fácil. É claro que eles virão", previu um ministro do TSE. "A cada nova revelação se configura o abuso de poder econômico", alegou. Para esse ministro, os próprios advogados envolvidos no caso é que deverão pedir para o Ministério Público Federal repassar os dados à corte. Um outro ministro do TSE avalia que o repasse de dados para o tribunal "não é automático". "Não pode haver nada na Lava Jato que diga respeito às eleições de 2014. Se caso existisse, não seria o foro competente. Moro não pode investigar a presidente da República."
A relatora da mais robusta das ações que pedem a cassação de Dilma no TSE é a ministra Maria Thereza de Assis Moura..