No evento, correligionários do empresário João Doria, do vereador Andrea Matarazzo e do deputado federal Ricardo Tripoli trocaram provocações e chegaram a bater boca.
Por uma determinação do diretório municipal tucano, os pré-candidatos não puderam fazer perguntas entre si e responderam apenas questionamentos da plateia e de jornalistas.
"Sou empresário privado. Não tenho função pública. Aqueles que participam conosco é porque querem", respondeu. Em seguida, o empresário ressaltou que, ao contrário dos adversários, que ocupam cargos eletivos, ele não teria "respaldo público". O comentário irritou Matarazzo. "João Doria disse que nós temos respaldo público. Nós não temos respaldo público nenhum", respondeu o vereador.
Da plateia, um aliado de Doria chamou Quintas de "pilantra" e foi repreendido por um correligionário de Matarazzo.
Afinidade
Tripoli e Matarazzo, prováveis aliados em um eventual segundo turno, demonstraram afinidade no discurso e evitaram críticas entre si. Ambos minimizaram o apoio do governador Geraldo Alckmin a Doria. "Apoio você conquista. Cada eleitor tem um voto. O voto do Zé Favela é igual ao do governador, do senador e do ex-presidente", disse Tripoli.
Em uma indireta a Doria, que é filiado ao PSDB desde o ano 2000, mas nunca teve vida orgânica na legenda, o deputado afirmou que sua militância é antiga e que não precisa ser "apresentado" aos militantes.
Para ressaltar o apoio de Alckmin, Doria levou ao debate os secretários estaduais Saulo de Castro Abreu (Governo), João Carlos Meirelles (Energia) e Felipe Sigollo (adjunto de Desenvolvimento Social).
O empresário também foi cobrado, em um pergunta da plateia, por uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que revelou que ele fez doações para políticos do PT, do PCdoB e até para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que disputou o governo paulista em 2014 fazendo críticas a Alckmin. "O Lide não tem posição partidária. José Aníbal (presidente do Instituto Teotônio Vilela e aliado de Tripoli) já participou de nossos eventos. Fizemos doações para candidatos do PCdoB, DEM, PT", disse o empresário.
Já Matarazzo foi cobrado por ter permanecido na gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) quando ele disputou, em 2008, a reeleição contra Alckmin. "Cumpri o mandato do Serra (que foi eleito em 2004, mas deixou o mandato na metade para disputar o governo paulista).
Em outro momento, o vereador foi questionado sobre uma declaração do senador tucano José Serra, que é seu aliado, dizendo que considera "irritante" o carnaval de rua São Paulo organizado pela gestão Fernando Haddad (PT) e o fechamento da Avenida Paulista aos domingos.
"Serra estava irritado com o carnaval de rua porque mora na Vila Madalena. Por isso se incomodou um pouco. Ninguém está reclamando do fechamento da Avenida Paulista. É uma coisa que funcionou. As pessoas gostam, mas pode se aperfeiçoar. Isso não pode ser o problema central.".