O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na tarde desta quarta-feira que a retirada do selo de bom pagador do Brasil pela agência de classificação de risco Moody's é reflexo da demora do País em tomar as medidas de que precisa para reverter as expectativas negativas.
"O governo precisa ter claras as iniciativas, senão não vamos romper com este cenário de inércia. E é um horror porque o Brasil, durante mais de 50 anos, foi o que mais cresceu economicamente no mundo", afirmou.
Para Renan, o Executivo deveria mandar "rapidamente" ao Congresso as propostas de reforma que pretende fazer. E, disse ele, o Legislativo, a Câmara e o Senado, tem de dar uma resposta para matérias que já tramitam, como a CPMF, e outras que estão por vir.
Questionado se o Legislativo não tem sua parcela de culpa, Renan se esquivou. Ele disse que vivemos num bicameralismo e muitas das matérias mandadas pelo Executivo estão ainda na Câmara.
Destacou ainda ter proposto ontem, durante reunião de líderes partidários, que a tramitação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) começasse pelo Senado - a matéria enviada pelo governo está na Câmara sem muitos avanços desde o segundo semestre do ano passado. "Isso é uma demonstração sobeja que o Senado quer agilizar o processo legislativo para dar as respostas sem as quais o Brasil continuará rebaixado", avaliou.
Referindo-se à apreciação de propostas, Renan disse que não se pode negar todas "as coisas que são pedidas pelo governo". "Quando isso acontece, você acaba colaborando para uma crise política institucional. Temos uma crise econômica e social, mas temos que fazer a nossa parte para não descambar para uma crise institucional", disse.