O arquivamento da menção a Wagner, portanto, não guarda relação com as trocas de mensagens entre o ministro e o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro. Conforme a reportagem revelou, investigadores da Lava Jato identificaram menções ao nome do político e Léo Pinheiro. Os registros foram obtidos por meio da apreensão do celular do executivo. Os diálogos indicam, por exemplo, que Wagner, então governador da Bahia, teria ajudado a OAS na liberação de recursos do governo federal. Ele também teria intermediado o financiamento de campanhas municipais em Salvador em 2012, no período em que esteve no governo estadual.
A peça da PGR é assinada pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko. Ela pede ainda o arquivamento de menções feitas aos deputados Paulinho da Força (PSD-SP) e Luiz Sérgio (PT-RJ). "Walmir Pinheiro Santana também faz alusão a doações eleitorais oficiais aos deputados federais Paulinho da Força e Luiz Sérgio Nobrega de Oliveira, bem como ao ministro Jaques Wagner.
Na delação, Walmir Pinheiro afirmou que "jamais esteve" com Jaques Wagner, mas que sabe que Ricardo Pessoa, dono da UTC, conhece o ministro desde o tempo em que era engenheiro. Ele afirmou ainda que Pessoa teria feito doações para a campanha de Jaques Wagner de 2006 e que os repasses "sempre foram oficiais e fruto das relações de amizade". Ele respondeu ainda que a UTC tem duas obras na Bahia, Estado político do ministro da Casa Civil..