O marqueteiro, sua mulher Mônica Moura e o operador de propinas estão presos em Curitiba, alvos da Operação Acarajé - 23ª fase da Lava Jato. A força-tarefa tem as trocas de e-mails do lobista com executivos da Keppel Fels em que acertam as comissões "para eles", numa faixa fixa de 0,5%, e os contratos de pagamentos por serviços da Petrobras e a abertura da offshore.
A Keppels Fels tem 26 contratos que lhe renderam US$ 7,8 bilhões, entre 2004 e 2016, um deles ainda vigente, em uma tabela enviada pela Petrobras para a Lava Jato. A maior parte desses contratos foi fechada via Diretoria de Serviços, que era cota do PT no esquema de divisão de setores estratégicos que cobram de 1% a 3% de propinas. A área, que era comandada pelo ex-diretor Renato Duque, indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu, ambos presos em Curitiba.
Elementos
Um dos materiais que ligam a Deep Sea Oil a contratos na Petrobras é uma troca de mensagens, em inglês, entre a gerente financeira da Keppel Fels Brasil, Marcia Altomar, e Zwi Skornicki. Ela manda cópia dos contratos firmados entre sua offshore Deep Sea Oil e a Lindel PTE LTD. - subsidiária da Keppel -, referente a serviços de consultoria para obras relativas as plataformas da Petrobras P-66 e P-69.
O contrato é de 2011, um ano antes de começarem os pagamentos da Deep Sea Oil para a offshore do marqueteiro do PT, a Shellbill Finance. São pagamentos todos de US$ 500 mil - nove entre 2012 e 2014, totalizando US$ 4,4 milhões, via conta em Nova Iorque, do Citibank.
Anticorrupção
Os investigadores da Lava Jato chamaram atenção para o fato de os contratos do operador de propinas com a Keppel terem um atestado em que a empresa se compromete a não pagar propina.