Em meio a uma das maiores crises de sua história, o PT comemora 36 anos sem a certeza da presença da presidente Dilma Rousseff (PT) na festa de comemoração neste sábado. Às voltas com um PMDB rebelde, a petista agora também enfrenta problemas dentro do seu próprio partido, principalmente depois da aprovação na quarta-feira do projeto que muda as regras de exploração do pré-sal. O acordo fechado na última hora pelo governo foi rechaçado pela bancada petista, que acabou sendo atropelada ao ver o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) sair vitorioso na votação. Diante da divergência, Dilma teria cancelado sua participação no evento, mas ministros ainda tentam convencê-la a aparecer para não piorar a situação.
No PT do Rio de Janeiro a informação na noite de ontem era que a agenda de Dilma na festa de sábado estava mantida, pois não houve nenhum comunicado de desistência. O presidente da legenda no estado, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, disse não fazer questão da presença da presidente no evento na zona portuária do Rio. Disse, porém, que fala apenas em seu nome e não do partido. Quaquá está entre os petistas contrários à política econômica do governo.
Dilma estaria irritada com posicionamentos de integrantes do partido contrários à sua condução do governo. Ela teria inclusive se recusado a gravar participação na propaganda partidária exibida na terça-feira, que provocou novos panelaços em vários estados. A expectativa é de que o Diretório Nacional da legenda suba o tom das críticas ao Planalto em uma resolução a ser editada no evento. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de investigação da Polícia Federal, será defendido pelos pares.
O secretário nacional de assuntos institucionais do PT, deputado federal Reginaldo Lopes (MG), disse esperar a presença de Dilma, que chegou a confirmar à Executiva Nacional que iria à festa. “Defendo que ela participe justamente para não aumentar a desconfiança de que ela e o partido estariam se distanciando. É o partido que milita a favor dela”, afirmou. Lopes, porém, reforçou o coro dos insatisfeitos, principalmente pelas ações do governo na economia e, agora, com a aprovação do projeto que tira da Petrobras a exclusividade da exploração do pré-sal. Para ele, a flexibilização deixa o pré-sal vulnerável.
Outros petistas, incluindo o presidente da legenda Rui Falcão, foram mais ríspidos. Em nota, ele disse que, apesar da derrota sofrida, o PT “continuará empenhado em resistir ao retrocesso representado por essa mudança na lei”. O dirigente disse ainda que a bancada na Câmara trabalhará contra a medida, assim como fizeram os senadores. Com o discurso de que o projeto de Serra entrega o pré-sal aos estrangeiros, vários parlamentares petistas protestaram ontem conta a aprovação da matéria. Um deles, o senador Lindbergh Farias, disse sentir vergonha e estar “perplexo” com a mudança de orientação do governo.
Outro motivo de divergência é a reforma da Previdência, que seria tema do discurso da petista caso ela resolva comparecer às comemorações do PT. Segundo Reginaldo Lopes, a posição do partido é de apoiar uma proposta somente se ela for originada no fórum de discussão criado para este fim.
Temendo que o aniversário se torne palco de vários discursos de ataque à política econômica, ministros teriam procurado nos últimos dias o presidente Rui Falcão e lideranças parlamentares. A movimentação foi para evitar constrangimentos. A comemoração começa hoje com uma reunião do diretório nacional na qual deve ser aprovado um documento com críticas à política econômica e um seminário da Fundação Perseu Abramo. Amanhã a agenda prevê show do sambista Diogo Nogueira e são esperadas 3 mil pessoas. O cachê do cantor e o custo da festa não foram informados pelo PT. (Com agências).
Ações no TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, decidiu reunir com uma única relatora as quatro ações que tramitam na Corte e podem gerar a impugnação de mandato da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer. Até hoje, um dos processos ficava sob relatoria do ministro Luiz Fux enquanto os demais eram conduzidos pela corregedora-geral da Justiça Eleitoral, Maria Thereza de Assis Moura. Em despacho ontem, Toffoli encaminhou ao gabinete de Maria Thereza a representação que estava nas mãos de Fux. A remessa do caso à corregedora é justificada por Toffoli em razão da precedência na distribuição de processos. A primeira ação das quatro propostas pelo PSDB à Justiça eleitoral que pede a investigação da campanha presidencial foi distribuída à corregedoria-geral eleitoral. Por essa razão, pelo entendimento do presidente da Corte, as demais devem permanecer com a ministra.
No PT do Rio de Janeiro a informação na noite de ontem era que a agenda de Dilma na festa de sábado estava mantida, pois não houve nenhum comunicado de desistência. O presidente da legenda no estado, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, disse não fazer questão da presença da presidente no evento na zona portuária do Rio. Disse, porém, que fala apenas em seu nome e não do partido. Quaquá está entre os petistas contrários à política econômica do governo.
Dilma estaria irritada com posicionamentos de integrantes do partido contrários à sua condução do governo. Ela teria inclusive se recusado a gravar participação na propaganda partidária exibida na terça-feira, que provocou novos panelaços em vários estados. A expectativa é de que o Diretório Nacional da legenda suba o tom das críticas ao Planalto em uma resolução a ser editada no evento. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de investigação da Polícia Federal, será defendido pelos pares.
O secretário nacional de assuntos institucionais do PT, deputado federal Reginaldo Lopes (MG), disse esperar a presença de Dilma, que chegou a confirmar à Executiva Nacional que iria à festa. “Defendo que ela participe justamente para não aumentar a desconfiança de que ela e o partido estariam se distanciando. É o partido que milita a favor dela”, afirmou. Lopes, porém, reforçou o coro dos insatisfeitos, principalmente pelas ações do governo na economia e, agora, com a aprovação do projeto que tira da Petrobras a exclusividade da exploração do pré-sal. Para ele, a flexibilização deixa o pré-sal vulnerável.
Outros petistas, incluindo o presidente da legenda Rui Falcão, foram mais ríspidos. Em nota, ele disse que, apesar da derrota sofrida, o PT “continuará empenhado em resistir ao retrocesso representado por essa mudança na lei”. O dirigente disse ainda que a bancada na Câmara trabalhará contra a medida, assim como fizeram os senadores. Com o discurso de que o projeto de Serra entrega o pré-sal aos estrangeiros, vários parlamentares petistas protestaram ontem conta a aprovação da matéria. Um deles, o senador Lindbergh Farias, disse sentir vergonha e estar “perplexo” com a mudança de orientação do governo.
Outro motivo de divergência é a reforma da Previdência, que seria tema do discurso da petista caso ela resolva comparecer às comemorações do PT. Segundo Reginaldo Lopes, a posição do partido é de apoiar uma proposta somente se ela for originada no fórum de discussão criado para este fim.
Temendo que o aniversário se torne palco de vários discursos de ataque à política econômica, ministros teriam procurado nos últimos dias o presidente Rui Falcão e lideranças parlamentares. A movimentação foi para evitar constrangimentos. A comemoração começa hoje com uma reunião do diretório nacional na qual deve ser aprovado um documento com críticas à política econômica e um seminário da Fundação Perseu Abramo. Amanhã a agenda prevê show do sambista Diogo Nogueira e são esperadas 3 mil pessoas. O cachê do cantor e o custo da festa não foram informados pelo PT. (Com agências).
Ações no TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, decidiu reunir com uma única relatora as quatro ações que tramitam na Corte e podem gerar a impugnação de mandato da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer. Até hoje, um dos processos ficava sob relatoria do ministro Luiz Fux enquanto os demais eram conduzidos pela corregedora-geral da Justiça Eleitoral, Maria Thereza de Assis Moura. Em despacho ontem, Toffoli encaminhou ao gabinete de Maria Thereza a representação que estava nas mãos de Fux. A remessa do caso à corregedora é justificada por Toffoli em razão da precedência na distribuição de processos. A primeira ação das quatro propostas pelo PSDB à Justiça eleitoral que pede a investigação da campanha presidencial foi distribuída à corregedoria-geral eleitoral. Por essa razão, pelo entendimento do presidente da Corte, as demais devem permanecer com a ministra.