"De manhã (na quarta-feira, 24, dia da votação), nos foi dito que a posição era contrária (ao projeto). Trabalhamos os discursos, tudo em cima disso. Depois chegou a proposta (de negociar a inclusão da preferência da Petrobras). Mas nosso campo já estava muito radicalizado. A proposta (aprovada) é inegavelmente melhor do que o texto original do Serra, mas já havia um ambiente de conflagração e o pessoal (parlamentares do PT e outras legendas da base) não quis nem analisar. A proposta não era ruim, mas chegou no momento errado.
O senador disse esperar que a Câmara, onde o projeto será analisado agora, "melhore" o texto. "Não tem como resolver em quinze, vinte minutos ou meia hora um problema que tem toda essa simbologia, por envolver a Petrobras", afirmou. Costa amenizou a forte reação de setores do PT contra o comportamento do governo ao negociar a aprovação do projeto. "Não vi como um problema do outro mundo", declarou.
Também presente na reunião do Diretório, o deputado Henrique Fontana (RS) disse que a bancada do partido na Câmara será contra o projeto que saiu do Senado. Segundo Fontana, os deputados cobrarão do governo uma explicação para o que aconteceu no Senado, com a mudança em cima da hora, quando os petistas acreditavam que o governo tinha dado aval à posição contrária ao projeto. "Esse tema foi tratado de uma maneira muito açodada, muito precipitada no Senado. A população foi surpreendida", reclamou Fontana.
Durante toda a discussão da proposta de José Serra, a presidente Dilma Rousseff deu sinais contraditórios sobre o projeto, e deixou governistas favoráveis e contrários ao projetos sem uma posição clara do governo. Parlamentares avaliam que o estilo da presidente, de adiar a tomada de decisões de temas fundamentais como este, acabou criando mais este conflito entre o governo e o PT..