Demissionário do cargo, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou considerar que seu substituto, José Eduardo Cardozo, não terá "nenhuma" dificuldade para comandar a instituição pelo fato de ser político.
Questionado se houve reclamação dentro da AGU em relação à escolha - a categoria defende um nome ungido por meio de lista tríplice da carreira -, o ministro admitiu que a instituição tem a pretensão que o chefe seja alguém da categoria. Ele disse ter defendido esse formato, mas ressalvou que o fato de Cardozo não ser de carreira "não desqualifica". "Isso é um exagero", pontuou.
Interesses
Adams disse ter feito uma consulta à Comissão de Ética Pública da Presidência para saber se há alguma restrição caso advogue, quando deixar a AGU, para um escritório de advocacia que atuou no caso da refinaria de Pasadena, uma das obras da Petrobras investigadas pela Operação Lava Jato. Ele disse, entretanto, não ver conflito de interesses, uma vez que o escritório não atua com a estatal desde 2009.
"Do ponto de vista do que vou atuar, vai depender da Comissão de Ética, fiz uma consulta. A partir da resposta, vou atuar de acordo", afirmou. O ministro disse ficar no cargo até sua exoneração ser publicada, que pode ser amanhã ou na quinta-feira.