A discussão sobre o novo ministro fez parte dos debates no plenário do Senado, um dia após a decisão de Dilma de deslocar Cardozo da Justiça para a Advocacia-Geral da União e numa sessão em que não houve votações de propostas importantes.
"Tenho absoluta certeza de que vai honrar o cargo de ministro da Justiça, de que vai honrar os baianos e de que vai fazer um trabalho que não haverá de ser criticado por nenhum de nós, por ninguém do povo brasileiro que esteja com os olhos voltados para a investigação de qualquer que seja a ação para corrigir erros e desvios de conduta de qualquer político ou de qualquer representante da elite empresarial brasileira", disse Otto Alencar, em plenário.
Para o senador, Wellington fez um trabalho "espetacular" quando foi procurador-geral de Justiça da Bahia - cargo que também ocupou por indicação de Wagner. Segundo ele, se alguém for fazer um juízo de valor, será a de um homem "digno", "honrado" e "correto", que vai obedecer e fiscalizar a lei como ela deve ser fiscalizada e exercida. "Não tenha dúvidas disso", destacou ele, ao considerar que, por ser "baiano e nordestino", pode existir preconceito com a indicação.
Os outros dois senadores pela Bahia também rasgaram elogios ao novo ministro. "É um homem de carreira ilibada, respeitado por todo o mundo jurídico, e eu quero, portanto, parabenizá-lo por ter sido escolhido para ministro da Justiça. Não tenho dúvida de que a Bahia se sente honrada com essa indicação", disse Lídice da Mata (PSB). Walter Pinheiro (PT), que disse conhecer Wellington há bastante tempo, afirmou que há um ganho no "diálogo" com a chegada do novo ministro, até mesmo para resolver dificuldades financeiras da Polícia Federal.
"O Wellington tem uma boa acessibilidade para essas causas. Até porque a Polícia Federal não é uma instituição de governo; ela é uma instituição de Estado.
Mesmo dizendo não ter um testemunho pessoal do escolhido, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), ironizou a indicação. Disse que "seguramente" Wellington tem seus méritos, uma vez que, embora tenha sido o terceiro da lista tríplice para comandar o MP baiano, foi escolhido por Jaques Wagner, então governador do Estado. Disse ter feito referência a essa indicação para contestar aqueles que sempre repisam que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter indicado para procurador-geral da República sem o primeiro da lista feita pela categoria.
"Portanto, o que aconteceu no Ministério Público Federal, como PSDB, aconteceu com o Ministério Público Estadual, com o PT", afirmou o líder tucano.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) saiu em defesa do indicado, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente. "As referências que tenho em relação ao doutor Wellington César são as melhores possíveis. Creio que ele seja o que nós precisamos. Se alguém quer garantia de que o Ministério da Justiça vai atuar com independência, vai dar segurança à continuidade às ações da Polícia Federal e vai atuar de forma republicana, não tenho dúvida de que essa garantia é a nominação do doutor Wellington César", destacou..