Seis pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte e oito partidos da base aliada de Marcio Lacerda (PSB), reunidos nessa terça-feira (1º) na casa do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), chegaram a um consenso: o grupo se manterá unido se a indicação para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte for construída entre as opções ali colocadas. Todos foram unânimes em rechaçar a tese de uma candidatura de perfil técnico, em geral atribuída ao prefeito. Igualmente, avisaram que irão resistir a eventuais imposições de nomes “tirados do colete” pelas cúpulas partidárias, em crítica ao processo de escolha da candidatura de Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo de Minas em 2014. O recado foi claro: se os partidos do núcleo de apoio ao PSDB e ao PSB municipal não forem ouvidos, cada um caminhará por si, haverá pulverização das candidaturas, estratégia desejada pelo governo Fernando Pimentel (PT), que neste momento incentiva os partidos de sua base aliada a lançarem nomes à sucessão de Lacerda.
“Não vejo dificuldade em construirmos uma só candidatura. Todos os que estão pleiteando a indicação têm os predicados desejados pela população: a generosidade, o trabalho, a retidão de caráter, o comprometimento com o bem público e a devoção à vida pública”, afirmou Dinis Pinheiro, defendendo o perfil político do candidato e a recuperação da atividade que, segundo ele, está hoje malvista em decorrência do que chamou de “dificuldades do país, que decorrem de maus governos e de uma máquina pública esclerosada e corrupta”.
Para Pier Senesi, cabe a Marcio Lacerda conduzir o processo: “O PSB está hoje à frente da PBH e é claro que o nome do candidato tem de passar pelo prefeito”, afirmou, admitindo, entretanto, ser importante o diálogo com os aliados para a escolha do candidato que irá defender a continuidade do governo socialista na capital mineira. Segundo Pier Senesi, Marcio Lacerda tem mantido vários encontros com os candidatos do campo aliado. “É papel dos líderes chegar a um denominador”, disse.
Consenso
Os partidos aliados do campo tucano-socialista em Minas se mobilizam num contexto em que o prefeito Marcio Lacerda e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, ainda estão longe de alcançar um acordo em torno da construção de uma chapa de consenso, capaz de manter os aliados no mesmo barco. Tucanos têm buscado um nome político para o consenso, procurando negociar com Lacerda uma indicação do PSDB nesta sucessão e a contrapartida do apoio, em 2018, à sua candidatura ao governo de Minas ou ao Senado Federal. Entretanto, Lacerda não abre mão de conduzir o processo e trabalha por um nome técnico. Recentemente, encomendou pesquisas qualitativas em que foram testados os nomes dos executivos Paulo Brant, diretor-presidente da Cenibra, Wilson Brumer, cônsul do Japão, além de Josué Valadão, secretário municipal de Obras e Infraestrutura. O PSDB aceitaria a indicação de Josué como vice na chapa, que seria encabeçada por um nome do partido, trabalhando, inclusive, com a possibilidade de filiação de pré-candidatos aliados como Délio Malheiros e Alberto Pinto Coelho.
“O mundo político precisa ser ouvido, precisa estar unido, porque do lado de lá, no campo do PT, estão torcendo para que tenhamos candidaturas fragmentadas”, disse Délio Malheiros. “Precisamos assegurar que esse processo de escolha do candidato tenha a contribuição e a participação de todos os partidos que aqui estão, naturalmente liderados pelo Aécio e pelo prefeito”, disse Alberto Pinto Coelho. Também João Vítor Xavier defendeu o consenso. “A possibilidade de buscar a convergência aberta por esta reunião é muito positiva. Sou um candidato competitivo, em condições de vencer, mas estarei no processo de construção de uma candidatura comum a todos. Para isso preciso apenas ser convencido”.