A avaliação no Palácio dos Bandeirantes é de que o imbróglio pode se arrastar até a convenção municipal, que ocorrerá em julho e ratificará o escolhido no segundo turno da votação interna, marcado para o próximo dia 20. Se isso ocorrer, o vencedor entrará fragilizado pela insegurança jurídica na fase de montagem da coligação.
Caso o diretório da capital decida impugnar o empresário, o processo será submetido ao diretório estadual e, em última instância, ao nacional, que tem a prerrogativa de dar a palavra final. O departamento jurídico do PSDB paulistano determinará nesta quarta-feira, 2, qual será o rito do pedido de impugnação.
"Existe preocupação para que o partido possa sair das prévias unido. Para vencer as eleições precisa haver unidade", disse o senador Aécio Neves, presidente do PSDB. Ele descarta, porém, promover uma intervenção. "A solução para isso precisa ser encontrada em São Paulo".
O debate divide a executiva. "O pedido (de impugnação) cria constrangimento e uma tensão desnecessária no partido.
Os signatários do pedido, porém, são dois nomes da executiva: o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal. Eles acusam Doria de ter praticado "condutas ilegais" de propaganda eleitoral, desrespeito à lei Cidade Limpa e "abuso de poder econômico".
"Quero saber também sobre a compra de votos. Várias denúncias sobre isso foram gravadas. O caso vai passar em branco?”, questiona Matarazzo. "Eleição se ganha na votação", responde João Doria.
A maioria dos 71 membros da direção do PSDB da capital é ligada a Matarazzo, que disputa com Doria o segundo turno, a Aníbal, e ao deputado Bruno Covas, que apoiou Ricardo Tripoli no primeiro turno. "Não acredito que a parte vencida vai se conformar com a decisão. Ela vai recorrer e é pouco provável que isso esteja resolvido até o dia 20", afirma o vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano.
Terceiro colocado no primeiro turno, Tripoli ainda não decidiu quem apoiará..