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Estado de Minas

Investigadores do MPF citam indícios de propinas pagos ao ex-presidente Lula

Segundo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, buscas realizadas nesta sexta-feira vão permitir uma apuração aprofundada sobre a participação do ex-presidente no esquema de desvios da Petrobras


postado em 04/03/2016 12:02 / atualizado em 04/03/2016 12:44

(foto: Soraia Piva)
(foto: Soraia Piva)
Investigadores da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) afirmaram durante entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (4) que existem indícios de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu vantagens indevidas de empresas envolvidas no esquema de desvios da Petrobras. Segundo os procuradores estão sendo apuradas irregularidades nas reformas do sítio de Atibaia, que seria usado frequentemente por Lula, e no pagamento de palestras via Instituto Lula e a empresa LILS Palestra, que pertence ao ex-presidente. Os investigadores afirmaram que não motivos para pedido de prisão do ex-presidente.

Segundo o MPF, o Instituto Lula recebeu de empreiteiras R$ 20 milhões em doações e a empresa de palestras do ex-presidente recebeu R$ 10 milhões, entre 2011 e 2014. Eles querem apurar se os recursos vieram de desvios da Petrobras e se foram usados de forma ilícita em benefício do petista. Parte do montante, segundo o MPF, foi transferido do Instituto para empresas de filhos do ex-presidente.


“Nós sabemos que as empresas caracterizavam o núcleo duro do cartel que dilapidou o patrimônio da Petrobras. Isso deve ser investigado com o aprofundamento das investigações”, afirmou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, em entrevista concedida em Curitiba. Segundo ele “os favores supostamente recebidos pelo ex-presidente são difíceis de quantificar” e até agora não há nenhuma conclusão, mas os indicativos eram suficientes para que Lula fosse conduzido para prestar depoimento.


Ainda de acordo com o procurador, a operação Lava Jato apura a atuação de uma organização criminosa infiltrada no governo federal que se utilizava da Petrobras para financiamento político. “Essa organização possui um comando. O ex-ministro José Dirceu fazia parte desse comando. Ele está preso, mas a organização criminosa continuou existindo. Estamos analisando evidências de que o ex-presidente e sua família receberam vantagens. Mas isso ainda é uma hipótese investigativa”, esclareceu Santos Lima.


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