"O Instituto Lula pagou mais de R$ 1 milhão para a G4 do filho do ex-presidente", afirmou o procurador da República Carlos Fernando Santos de Lima, em coletiva nesta sexta-feira, 4, na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
Os investigadores estão apurando se os pagamentos foram realizados por serviços prestados ou forma de ocultar propina.
"Investigamos se houve prestação de serviços ou se isso não é apenas uma triangulação para benefício da família do ex-presidente", afirmou o procurador.
Segundo Carlos Lima, os pagamentos à LILS Palestras e as doações ao Instituto Lula abrangem o período em que o petista foi presidente e mesmo após o período de oito anos que ele ocupou o Palácio do Planalto. "Hoje nos estamos analisando evidencias de que o ex-presidente e sua família receberam vantagens para eventual consecução de atos dentro do governo. É uma hipótese investigativa", disse.
Organização criminosa
O procurador Santos Lima disse que a operação Lava Jato mira em uma "organização criminosa infiltrada dentro do governo federal que se utilizava da Petrobras e de outras empresas para o financiamento político e também para apropriação pessoal".
O procurador disse que a organização "certamente possui um comando". "Nós já fizemos a acusação que o ex-ministro José Dirceu (preso na Lava Jato desde agosto de 2015) fazia parte desse comando com o ex-tesoureiro Vaccari (João Vaccari Neto, também preso), entre outros. Mesmo após a prisão do ex-ministro, no caso mensalão, a organização criminosa continua existindo. Fazemos uma investigação da continuidade dessa cadeia de comando."
O procurador foi enfático. "Hoje, nós estamos analisando evidências de que o ex-presidente (Lula) e sua família receberam vantagens para, eventualmente, a consecução de atos dentro do governo.
"Nós temos os favores feitos pelas empreiteiras OAS e Odebrecht e um sítio (em Atibaia) que nós estamos investigando a propriedade, mas acreditamos até o momento ser do sr. Luiz Inácio. E também temos bem claro que houve pagamentos de benfeitorias no tríplex, no Guarujá. Outros dados, inclusive, beneficiando familiares também estão sob investigação.".