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Estado de Minas

MP investiga repasses do Instituto Lula para empresas de filhos do ex-presidente

"O Instituto Lula pagou mais de R$ 1 milhão para a G4 do filho do ex-presidente", afirmou o procurador da República Carlos Fernando Santos de Lima


postado em 04/03/2016 12:31 / atualizado em 04/03/2016 12:39

São Paulo - Repasses feitos pelo Instituto Lula para duas empresas de filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a G4 e a FlexBr, estão entre os alvos da Operação Aletheia, 24ª fase e ápice da Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira.

"O Instituto Lula pagou mais de R$ 1 milhão para a G4 do filho do ex-presidente", afirmou o procurador da República Carlos Fernando Santos de Lima, em coletiva nesta sexta-feira, 4, na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

Os investigadores estão apurando se os pagamentos foram realizados por serviços prestados ou forma de ocultar propina. O Instituto Lula e a LILS Palestras receberam R$ 30 milhões de empresas, entre elas as maiores empreiteiras acusadas de corrupção e cartel na Petrobras - OAS, Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, UCT e Queiroz Galvão.

"Investigamos se houve prestação de serviços ou se isso não é apenas uma triangulação para benefício da família do ex-presidente", afirmou o procurador.

Segundo Carlos Lima, os pagamentos à LILS Palestras e as doações ao Instituto Lula abrangem o período em que o petista foi presidente e mesmo após o período de oito anos que ele ocupou o Palácio do Planalto. "Hoje nos estamos analisando evidencias de que o ex-presidente e sua família receberam vantagens para eventual consecução de atos dentro do governo. É uma hipótese investigativa", disse.

Organização criminosa

O procurador Santos Lima disse que a operação Lava Jato mira em uma "organização criminosa infiltrada dentro do governo federal que se utilizava da Petrobras e de outras empresas para o financiamento político e também para apropriação pessoal".

O procurador disse que a organização "certamente possui um comando". "Nós já fizemos a acusação que o ex-ministro José Dirceu (preso na Lava Jato desde agosto de 2015) fazia parte desse comando com o ex-tesoureiro Vaccari (João Vaccari Neto, também preso), entre outros. Mesmo após a prisão do ex-ministro, no caso mensalão, a organização criminosa continua existindo. Fazemos uma investigação da continuidade dessa cadeia de comando."

O procurador foi enfático. "Hoje, nós estamos analisando evidências de que o ex-presidente (Lula) e sua família receberam vantagens para, eventualmente, a consecução de atos dentro do governo. Isso ainda é uma hipótese investigativa. Existem evidências de pagamentos de vantagens. Não há nenhuma motivação plausível para esses pagamentos de vantagens", ponderou.

"Nós temos os favores feitos pelas empreiteiras OAS e Odebrecht e um sítio (em Atibaia) que nós estamos investigando a propriedade, mas acreditamos até o momento ser do sr. Luiz Inácio. E também temos bem claro que houve pagamentos de benfeitorias no tríplex, no Guarujá. Outros dados, inclusive, beneficiando familiares também estão sob investigação."


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