Com palavras de ordem e apoio de manifestantes, Lula é recebido em seu apartamento

O ex-presidente chegou por volta das 17h à residência dele onde era aguardado por milhares de apoiadores

Marcelo Ernesto
- Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O ex-presidente Lula chegou por volta das 17h em seu apartamento, em São Bernardo, no interior paulista, após ter prestado depoimento à Polícia Federal. Sob os gritos de “Lula, guerreiro, do povo brasileiro” ele foi praticamente carregado nos braços pelos partidários que fizeram muita festa. Acenando, o petista agradeceu o apoio. Com muitas faixas, com dizeres como “não vai ter golpe” e “todo apoio ao companheiro Lula” os apoiadores seguem na rua onde fica a residência do petista.

Lula deixou seu apartamento por volta das seis da manhã de hoje e foi levado a uma sala da Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a 24ª fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Aletheia, com mandados de busca e condução coercitiva em Atibaia, Guarujá e São Bernardo do Campo (SP), nos endereços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu filho, Fabio Luiz Lula da Silva. Lula mora em São Bernardo, onde a PF cumpriu cinco mandados de busca e dois de condução coercitiva, quando o investigado é levado a prestar depoimento de maneira forçada.

Em pronunciamento na tarde de hoje, Lula classificou como “lamentável” a ação da Polícia Federal nesta sexta-feira pela 24ª fase da Operação Lava-Jato. “É lamentável que uma parcela do Poder Judiciário brasileiro esteja trabalhando em associação com a imprensa”, disse.
Segundo ele, na manhã de hoje “se sentiu prisioneiro” ao ser acordado por “vários delegados” da Polícia Federal. Ele voltou a dizer que “não vai abaixar a cabeça” e que não recebeu recursos irregulares. “Se a Polícia Federal, o Ministério Público ou quem quer se seja, encontrar qualquer real na minha conta (de corrupção) eu não mereço ser desse partido”, afirmou, dizendo que vai correr o país. "Eu me sinto ofendido, porque não precisava disso, eu me senti ultrajado". O pronunciamento ocorreu na sede do PT, em São Paulo.

Se o juiz (Sérgio) Moro quisesse me ouvir, bastaria mandar um ofício que eu iria, como sempre fui", disse em crítica direta ao delegado da Polícia Federal que conduz as investigações da Lava-Jato, em Curitiba, no Paraná. .