A presidente Dilma Rousseff (PT) classificou nesta sexta-feira, em pronunciamento, que a possível delação feita pelo senador Delcídio do Amaral é “imoral e mesquinha” e trata de “desejo de vingança de quem não defendeu quem poderia ser defendida”. Sobre a condução coercitiva do ex-presidente Lula, ela chamou de “desnecessária” e demonstrou o “mais absoluto inconformismo” com o fato. Ela falou após se reunir com governadores no Palácio do Planalto. Ela estava acompanhada de 12 ministros.
"Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula, que por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento", disse a presidente. Segundo ela, o petista sempre prestou os devidos esclarecimentos quando foram solicitados. A presidente resumiu seus comentários sobre a ação da 24ª fase da Operação Lava-Jato.
Na sequência, a presidente passou a dedicar o tempo de fala as denúncias que teriam sido feitas em delação do senador Delcídio do Amaral, divulgada nessa quinta-feira, pela revista Istoé.
Do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão a pedir com um senador para conversar com um juiz. Não é o senador que participa dos processos de nomeação dos ministros do STJ e nem do Supremo. Nomeei 16 ministros do STJ e 5 do Supremo. É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita", disse. A presidente ainda disse que a atitude de Delcídio tem caráter vingativo e “mesquinho”.
Panelaço
Durante a transmissão do pronunciamento da presidente, algumas pessoas se manifestaram batendo panelas nas janelas dos apartamentos. Alguns motoristas, ao perceber a ação de protesto, também buzinaram em apoio.