Cercado por várias lideranças sindicais e políticas, Lula voltou a dizer que não é dono dos imóveis investigados na operação Lava Jato e criticou o juiz federal Sério Moro, que autorizou a ação da PF. "Ele não precisava ter feito", afirmou, lembrando as vezes em que se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à Justiça. "Se eles (o juiz Sério Moro e os procuradores), juntos, forem R$ 1 mais honesto do que eu, desisto da vida política", acrescentou.
Lula chegou a chorar em alguns momentos de seus discurso, quando lembrou de avanços sociais ao longo de seus dois mandatos. Depois de citar o crescimento da geração de emprego e o aumento real do salário mínimo, provocou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Essas coisas ele não escreve nos livros dele", disse.
Por vezes foi interrompido pela plateia com gritos de apoio. "O Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo", cantaram.
"E a elite brasileira, que nós chamamos de coxinha, não consegue aceitar a ideia de uma mulher governar um país como esse", disse o ex-sindicalista, em referência à presidente Dilma Rousseff. Falou, inclusive, que a presidente não tem de fazer política voltada para o mercado, mas sim para que o brasileiro volte a consumidor. O ex-presidente disse ainda que, em todas as vezes em foi derrotado em eleições, comportou-se como um democrata, aceitando a derrota e tentando novamente em uma próxima oportunidade..