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Estado de Minas

Condução coercitiva de Lula vai dobrar público nas ruas dia 13, acreditam organizadores

Grupos que preparam manifestações contra o governo acreditam na adesão popular aos protestos após depoimento de Lula na Lava-Jato. Do outro lado, militantes petistas e os aliados prometem reação


postado em 06/03/2016 06:00 / atualizado em 06/03/2016 08:08

Nova fase da Lava-Jato é uma 'injeção de ânimo' aos movimentos pró impeachment (foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
Nova fase da Lava-Jato é uma 'injeção de ânimo' aos movimentos pró impeachment (foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
A condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava-Jato, na última sexta-feira, insuflou movimentos contrários e favoráveis ao governo federal a organizar atos e convocar o povo a ir para as ruas nos próximos dias. Dos dois lados, cada um com as suas convicções políticas, o chamado é para que cidadãos se posicionem sobre o episódio em que Lula se tornou o principal alvo da 24ª fase da investigação que apura esquema de corrupção na Petrobras.


Grupos contrários ao governo federal e que já articulavam manifestação para o dia 13, próximo domingo, tratam com tom de comemoração a investida da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). Investigadores das duas instituições afirmam haver indícios de que o petista tenha recebido cerca de R$ 30 milhões em vantagens de empresas envolvidas no esquema de desvios da Petrobras.

Para organizadores das manifestações do dia 13, a nova fase da Operação Lava-Jato é uma “injeção de ânimo” ao movimento, que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em Belo Horizonte, a expectativa é de crescimento do público que vai comparecer ao protesto, marcado para as 10h na Praça da Liberdade. “Estávamos calculando uma média de 20 mil. Acho que vai passar de 35 mil a 40 mil pessoas”, afirma o líder nacional do Patriotas, Syllas Valadão.

Segundo ele, a convocação para o ato do dia 13 também ganhou força e vai contar com uma carreata de caminhões nos dias 10, 11 e 12 de março. Uma das integrantes do movimento Vem pra Rua (VPR), um dos maiores grupos, Kátia Pegos diz que a ação dá novo gás às manifestações contrárias ao governo. “Isso resgata a esperança de que a Justiça seja feita. Isso confirma que vale a pena ir para as ruas, que conquistamos muita coisa em um ano de manifestações”, diz.

Na página do VPR no Facebook, o evento na Praça da Liberdade conta com 4 mil confirmações de comparecimento e mais 2,7 mil pessoas que disseram ter interesse em ir. Já na página do evento da capital paulista, há 122 mil presenças confirmadas. “Esperamos que as pessoas compareçam com a alegria de começar a ver os políticos corruptos serem punidos. As manifestações do dia 13 serão um marco”, afirma Valadão.

Mas movimentos em apoio ao ex-presidente Lula prometem que não ficarão coagidos e se organizam para reagir à tentativa do que definem como golpe de Estado. Na sexta-feira, entidades sociais, centrais sindicais e partidos políticos como PT e PCdoB iniciaram o que chamam de “Vigília democrática contra o golpe”. Centenas de pessoas se reuniram no hall da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Houve arrecadação de dinheiro para pagar a passagem de Lula a Minas, para um ato na capital mineira com a presença do ex-presidente.

A intenção é retomar a vigília na segunda-feira. “Lula disse ‘não vamos baixar a cabeça’. Não vamos baixar a cabeça. Não vamos aceitar esse crime contra a democracia brasileira. Aqui não vai ter golpe”, afirma a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira. O grupo também organiza manifestações no interior e na internet, usando as hashtags “#LULAestamosCOMvocê”, “#Nãovaitergolpe” e “#Emdefesadademocracia”.

Segundo a presidente estadual do PT em Minas, Cida de Jesus, a condução coercitiva de Lula só antecipou um movimento contra o golpe e a favor da democracia marcado para dia 31 de março, quando houve a instauração do regime militar de 1964. “Desde o ano passado, estamos em movimento permanente. Na próxima semana, vamos oficializar o convite para que Lula venha a Minas”, reforça Cida. “A condução de Lula foi o limite do desrespeito à democracia”, afirma Cida.

(foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
(foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
Convocação com carreata


Manifestantes que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) fizeram na manhã de sábado uma carreata pela Região Centro-Sul de Belo Horizonte convocando as pessoas para o protesto do próximo domingo, dia 13. Mais de 30 carros com bandeiras do Brasil e minipixulecos, com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uniforme de presidiário, saíram da Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, atrás de um carro de som chamando as pessoas para se mobilizar pelo impeachment com o slogan “Ou você sai, ou ela fica”.

A manifestação passou pelas avenidas Bandeirantes, Uruguai e Nossa Senhora do Carmo, deu uma volta pela Praça da Liberdade, local do evento na semana que vem, e seguiu pelo Centro da cidade, subindo a Rua da Bahia até a Praça da Assembleia. A carreata terminou no início da tarde na Lagoa Seca, no Belvedere. Eles distribuíram adesivos com a frase “O impeachment é nosso”. O protesto já estava marcado desde a semana retrasada, mas os organizadores avaliaram que os episódios da operação Lava-Jato que aconteceram na semana passada devem servir como motivação para que mais pessoas participem das manifestações anti-PT.

“Existia uma ideia de que o ex-presidente Lula era intocável. Com os acontecimentos de ontem (sexta-feira), ficou claro que ele não é inatingível e podemos tirá-lo do trono em que sempre esteve. As pessoas estão indignadas e será preciso mostrar isso na rua”, afirmou Tácita Vilela Reis, de 68 anos, uma das integrantes do grupo Vempra Rua.

Já o integrante do Patriotas Marcus Pimenta, de 55 anos, um dos organizadores da carreata, avaliou que o posicionamento do ex-presidente de confrontar a Justiça pode acirrar os ânimos da militância petista em defesa do partido. “O ex-presidente já percebeu que a casa caiu. Agora, tenta se livrar da forma que der. Lula foi um líder que teve a chance de deixar um legado importante para o país, mas se deixou levar pela corrupção”, opina Marcus.


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