Depois de prestar solidariedade ao ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último sábado, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff acertou com ele um novo encontro, para esta segunda-feira, 7, desta vez, em Brasília. Na pauta, conversas políticas mais pragmáticas e acertos do caminho, lado a lado, que ambos precisam seguir, neste momento, para enfrentar a crise política que está instalada e que atinge aos dois.
Este encontro já era para ter acontecido no início da semana passada, mas acabou sendo adiado, atropelado pelos fatos que consumiram a semana. Depois de passar o fim de semana com a família em Porto Alegre, nesta segunda pela manhã, Dilma estará em Caxias do Sul (RS) participando de cerimônia de entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida. Em seguida, retorna para Brasília e a previsão é de que se encontre com Lula.
Na conversa de sábado, em que estavam presentes inúmeros interlocutores dos dois lados, a presidente se solidarizou com o ex-presidente e seus familiares e "repudiou" a decisão considerada como "exagerada" e "midiática" de promover a condução coercitiva de Lula para depor. Dilma reiterou estar "inconformada" com o que aconteceu e ouviu de Lula e seus familiares, relatos do que foi classificado como "abusos" cometidos pela Polícia Federal. A ex-primeira dama, Marisa Letícia, chegou a citar o fato de o colchão do casal ter sido levantado pelos agentes federais. A presidente prestou solidariedade e demonstrou sua "indignação" com o ocorrido. Além dos comentários sobre a violência do ocorrido, os presentes chegaram a citar o volume de recursos que foi gasto com o aparato da operação para levar o ex-presidente. Naquele encontro contou um dos presentes, "não havia clima para conversa política, o que ficou combinado para esta segunda-feira".
Auxiliares de Lula e até interlocutores da presidente defendem a tese de que o ex-presidente "não pode ficar nas mãos do juiz Sérgio Moro" e, seguindo esta tese, defendem que o petista assuma uma vaga na Esplanada dos Ministérios. A ideia não é nova e foi levantada em agosto do ano passado. Tanto naquela vez, como agora, Lula rejeitou a proposta alegando que "não vai assumir ministério para se esconder".