Pelo menos em um ponto a situação e a oposição ao Palácio do Planalto estão de acordo: a polêmica condução coercitiva do ex-presidente Lula para depoimento na Polícia Federal e o alarde em torno da suposta delação premiada do ex-líder Delcídio do Amaral (PT-MS) no Senado Federal aprofundam o desgaste do governo e acirram os ânimos de uma sociedade já dividida. Mas nenhum dos dois repercute de imediato no processo de impeachment de Dilma Rousseff. “O Supremo Tribunal Federal (STF) está com a bola na mão, com o comando”, afirma o presidente estadual do PSDB, deputado federal Domingos Sávio. E o rito definido pelo STF, cujo acórdão deverá ser publicado nos próximos dias, determina que a comissão especial para analisar o processo seja indicada por líderes partidários e eleita com voto aberto, além de dar ao Senado Federal o poder para rejeitar o processo de abertura, mesmo que aprovado pela Câmara.
“O desgaste político e uma oposição mais exacerbada são dados da realidade. Mas isso não determina a dinâmica interna do Legislativo”, avalia a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG). Para ela, a dinâmica do processo dependerá de quem ganhará com esse procedimento. E é aí que as coisas ficam obscuras: na hipótese de um impeachment prosperar no Congresso, o PMDB governará. “O impeachment não é a saída. Não adianta tirar Dilma e colocar o Michel Temer, que tem gente comprometida. Isso não resolve a crise institucional”, avalia o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), da oposição, considerando que o PMDB não tem condições de promover a união nacional nos moldes de Itamar Franco, em 1992, mas essa é uma possibilidade para o PSDB. “O PMDB sabe que no impeachment assume o poder. E não só ele, os partidos aliados podem ver nessa alternativa uma transição menos traumática”, considera Domingos Sávio.
A oposição investe pesado em outras frentes: trabalha para cassar a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a acusação de abuso de poder econômico e uso de dinheiro ilícito no financiamento da campanha. Mas, há também nesta estratégia problemas: se Dilma e Temer caírem, quem governará o país por 90 dias até a convocação de novas eleições será o agora réu Eduardo Cunha. “Essa falta de credibilidade é um impeditivo. A Justiça Eleitoral ficaria constrangida de votar a impugnação sabendo que ato contínuo tomaria posse o presidente da Câmara dos Deputados”, afirma Domingos Sávio.
Há também uma questão que envolve um “timing” para a realização de nova eleição presidencial: este ano há eleições municipais em outubro. “Imagine que esse julgamento ocorra no fim deste mês e as eleições sejam convocadas para junho. O país, em plena crise, poderá gastar milhões com uma eleição presidencial para, meses depois, enfrentar eleições municipais?”, questiona Júlio Delgado. Pregando um entendimento amplo, que passaria inclusive por Dilma Rousseff, Delgado afirma: “A tese do TSE é mais justa. Mas o STF precisa afastar o Eduardo Cunha para não presidir a República, seria preciso coincidir as eleições municipais e presidencial e Dilma concordaria com a saída, que seria a melhor para o país”, acrescenta Delgado.
MOBILIZAÇÃO Ainda sem clareza sobre que estratégia adotar para afastar Dilma Rousseff, o PSDB segue trabalhando para a mobilização da população. “Os movimentos populares nas ruas são fundamentais neste momento. A oposição ganha força política, inclusive num eventual impeachment, porque o rito é político, o impeachment é votado por políticos”, afirma o tucano Domingos Sávio. Segundo ele, seja pequena ou seja grande a mobilização do próximo 13, o PSDB estará convocando atos em diversas cidades em defesa do impeachment. “Serão encontros, como o das Diretas Já, com movimentos alinhados em um único propósito”, afirma o tucano.
Classificando as estratégias para afastar Dilma Rousseff de golpe contra uma presidente eleita, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) critica: “Todas as ações se somam numa tentativa para derrubar a presidente, criminalizar o Lula e pedir a extinção do PT. Eles não têm força política para cassá-la, pois não há base legal”.
“O desgaste político e uma oposição mais exacerbada são dados da realidade. Mas isso não determina a dinâmica interna do Legislativo”, avalia a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG). Para ela, a dinâmica do processo dependerá de quem ganhará com esse procedimento. E é aí que as coisas ficam obscuras: na hipótese de um impeachment prosperar no Congresso, o PMDB governará. “O impeachment não é a saída. Não adianta tirar Dilma e colocar o Michel Temer, que tem gente comprometida. Isso não resolve a crise institucional”, avalia o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), da oposição, considerando que o PMDB não tem condições de promover a união nacional nos moldes de Itamar Franco, em 1992, mas essa é uma possibilidade para o PSDB. “O PMDB sabe que no impeachment assume o poder. E não só ele, os partidos aliados podem ver nessa alternativa uma transição menos traumática”, considera Domingos Sávio.
A oposição investe pesado em outras frentes: trabalha para cassar a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a acusação de abuso de poder econômico e uso de dinheiro ilícito no financiamento da campanha. Mas, há também nesta estratégia problemas: se Dilma e Temer caírem, quem governará o país por 90 dias até a convocação de novas eleições será o agora réu Eduardo Cunha. “Essa falta de credibilidade é um impeditivo. A Justiça Eleitoral ficaria constrangida de votar a impugnação sabendo que ato contínuo tomaria posse o presidente da Câmara dos Deputados”, afirma Domingos Sávio.
Há também uma questão que envolve um “timing” para a realização de nova eleição presidencial: este ano há eleições municipais em outubro. “Imagine que esse julgamento ocorra no fim deste mês e as eleições sejam convocadas para junho. O país, em plena crise, poderá gastar milhões com uma eleição presidencial para, meses depois, enfrentar eleições municipais?”, questiona Júlio Delgado. Pregando um entendimento amplo, que passaria inclusive por Dilma Rousseff, Delgado afirma: “A tese do TSE é mais justa. Mas o STF precisa afastar o Eduardo Cunha para não presidir a República, seria preciso coincidir as eleições municipais e presidencial e Dilma concordaria com a saída, que seria a melhor para o país”, acrescenta Delgado.
MOBILIZAÇÃO Ainda sem clareza sobre que estratégia adotar para afastar Dilma Rousseff, o PSDB segue trabalhando para a mobilização da população. “Os movimentos populares nas ruas são fundamentais neste momento. A oposição ganha força política, inclusive num eventual impeachment, porque o rito é político, o impeachment é votado por políticos”, afirma o tucano Domingos Sávio. Segundo ele, seja pequena ou seja grande a mobilização do próximo 13, o PSDB estará convocando atos em diversas cidades em defesa do impeachment. “Serão encontros, como o das Diretas Já, com movimentos alinhados em um único propósito”, afirma o tucano.
Classificando as estratégias para afastar Dilma Rousseff de golpe contra uma presidente eleita, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) critica: “Todas as ações se somam numa tentativa para derrubar a presidente, criminalizar o Lula e pedir a extinção do PT. Eles não têm força política para cassá-la, pois não há base legal”.