"Como homem público, ele tem o dever de comprovar (que realmente pagou aluguel), fazer os devidos esclarecimentos", disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
Costamarques é o dono de uma cobertura usada pelo ex-presidente e família no prédio onde o petista mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
O imóvel foi alvo de busca e apreensão na 24ª fase da Operação Lava-Jato na sexta-feira, após o síndico do prédio indicar aos policiais federais que o imóvel pertenceria ao ex-presidente.
Para os investigadores, Lula é suspeito de ocultar patrimônio e receber vantagens de empreiteiras envolvidas em esquema de corrupção na Petrobras. Ele seria o verdadeiro dono de um sítio em Atibaia, registrado em nome de dois empresários sócios de seu filho, e de um tríplex no Guarujá que oficialmente é da OAS.
Documentos obtidos pela reportagem revelam que Lula usa mais um imóvel em nome de outros. A cobertura número 121 do edifício Hill House fica em frente à que pertence ao petista, a 122. Costamarques, que diz ter comprado o apartamento em 2011, garante que Lula lhe paga aluguel pelo uso do imóvel.
"Está se transformando em hábito dizer que tudo pertence aos amigos. É muito estranha mais esta revelação. Obriga o ex-presidente Lula a, mais uma vez, se explicar. Sobre o tríplex e o sítio em Atibaia, nada do que ele falou até agora, convence", afirmou Imbassahy.
"Com certeza, é mais um caso de ocultação de patrimônio, assim como o sítio e o tríplex, comprados por meio de laranjas como uma forma de manter uma imagem de líder operário, enquanto vai enriquecendo", disse Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara.
Essa segunda cobertura em São Bernardo já era usada por Lula desde o primeiro ano na Presidência, em 2003.