Um dos temas centrais do encontro será como vencer a batalha contra a Lava-Jato no campo da opinião pública. De acordo com uma fonte, é importante aproveitar a percepção crescente entre a população de que levar Lula para depor à força na sexta-feira, 4, foi um excesso do juiz Sérgio Moro.
Para tanto, avalia-se que é importante esclarecer o episódio do depoimento adiado do ex-presidente ao Ministério Público de São Paulo. Em 17 de fevereiro, Lula iria depor no fórum criminal da Barra Funda e um aliado - o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) - conseguiu adiar o depoimento recorrendo ao Conselho Nacional do Ministério Público. No dia 17, houve confusão e pancadaria entre grupos pró e contrários ao ex-presidente. Neste inquérito, conduzido pelo Ministério Público em São Paulo, Lula é investigado por suposta ocultação de patrimônio ligada à propriedade de um tríplex no Guarujá, no litoral paulista.
Oficialmente, a decisão de Moro, da Justiça Federal em Curitiba, acatou o pedido dos procuradores de levar Lula a depor coercitivamente para evitar tumulto.
O Instituto Lula já divulgou nota esclarecendo que o processo do dia 17 é referente a uma investigação do Ministério Público de São Paulo e não da Lava Jato. Também houve nota reforçando que Lula já depôs três vezes desde o fim do ano passado. Em outubro, depôs ao MPF sobre palestras pagas por empreiteiras, em dezembro depôs à Lava Jato e, em janeiro, depôs na operação Zelotes, que investiga venda de medidas provisórias.
Ainda assim, a avaliação é de que a comunicação precisa ser trabalhada. "Temos que dialogar com o povo brasileiro. Vamos explicar como são feitas as palestras, como aconteceram, em que países aconteceram. Vamos explicar o que se faz com os recursos do Instituto Lula, pra desmistificar", disse Okamotto ao chegar para a reunião.
O deputado Wadih Damous disse que até aqui há uma avaliação "positiva" do que aconteceu na semana passada, porque a Lava-Jato "deu uma tribuna" ao Lula. "Foi positivo porque a Lava Jato cometeu um erro gravíssimo ao cometer aquela agressão contra o presidente, deram uma tribuna ao Lula", comentou.
O encontro também discute como rebater a manifestação pró-impeachment marcada para o próximo domingo, 13. Segundo Damous, por enquanto a melhor hipótese seria não fazer manifestações contrárias no mesmo dia. O deputado diz que a ideia é manter a manifestação de centrais sindicais e de movimentos populares prevista para 31 de março - em uma lembrança à data do golpe militar de 1964, com argumento de evitar um novo "golpe" contra a democracia brasileira. Outra hipótese colocada na mesa é haver uma manifestação no dia 18..