Depois da espera, Rainha foi recebido pelo presidente do instituto Lula, Paulo Okamotto, e pelo diretor Luiz Dulci. Lula chegou ao prédio do Instituto antes de Rainha sair, mas não recebeu o amigo. Okamotto falou durante a manhã sobre a investigação feita pela Operação Lava-Jato no Instituto.
O ex-presidente se reúne nesta segunda com aliados políticos e com a direção do instituto para traçar estratégias depois do depoimento forçado à Lava-Jato, na sexta-feira passada.
Mesmo após a tentativa frustrada, Rainha continuou defendendo o amigo de velhos tempos. "Lula é companheiro nosso de história, cumpriu a pauta dos trabalhadores rurais no governo dele. Achamos abuso de autoridade a criminalização. O que a Lava-Jato fez foi juntar a gota d'água que faltava pra encher o copo.
Apesar da defesa enfática de Lula, Rainha, que hoje é líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), é crítico da gestão Dilma Rousseff. Ele alega que, no ano passado, Dilma não editou um decreto para a reforma agrária enquanto no governo Lula eram mais de 50 por ano.
Ele também reclama da diminuição de recursos para o Minha casa, minha vida e outros programas sociais. "É impressionante como ela (Dilma) fez essa ginástica toda para cortar as verbas dos programas, mas continua pagando a dívida pública. Ela tem que retomar a auditoria da dívida" disse Rainha. "Fazer o que a Dilma está fazendo hoje com os trabalhadores é inadmissível".
Além de dar um abraço em Lula, Rainha queria chamar o ex-presidente para uma manifestação pela reforma agrária em Bauru, no interior paulista. "Vamos colocar lá 5 mil (manifestantes), se o Lula for, conseguimos 10 mil, só o FNL", argumentou após o encontro com os diretores do instituto. No discurso de sexta-feira, na sede do PT, após o depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente se colocou à disposição para sair pelo país a convite dos movimentos sociais..