“Infelizmente, o partido não terá mais representantes femininas. Uma pena, porque gostaria de ficar, mas percebi que não seria fácil. Alguns acordos não foram cumpridos desde o início e perdemos espaço nas decisões”, explica Brunny. A deputada, que está de malas prontas para o PR, conta que não houve problemas no relacionamento com os colegas da legenda, mas esperava uma força maior para as integrantes mulheres tanto no parlamento quanto nos diretórios. “As mulheres deveriam ter tido mais prioridade, mas isso não ocorreu”, avalia.
Para a deputada Dâmina Pereira, o abandono feminino do PMB não representa um enfraquecimento das propostas de valorização das mulheres no Congresso.
O PMB foi criado em setembro do ano passado, antes da janela partidária que permite aos parlamentares mudar de legenda por 30 dias sem correr o risco de perder os direitos políticos. Muitos parlamentares aproveitaram a criação do novo partido – o 35º do país – e conseguiram autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para deixar suas antigas agremiações. O partido serviu como um trampolim para alguns deputados.
A assessoria do deputado Carlos Gaguim (PMB), líder do partido na Câmara, informou que o parlamentar tem conversado com os colegas que manifestaram desejo de deixar a legenda, mas que a tendência é o enfraquecimento do PMB até o fim da janela partidária. “Não temos a menor ideia de como ficará a formatação do partido. A cada dia que abrimos o site da Câmara, verificamos que um ou outro deputado deixou a legenda”, informou a assessoria de Gaguim. Hoje, o partido conta com 14 deputados e um senador. O líder do PMB não quis comentar a ausência de mulheres parlamentares no PMB.