O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta terça-feira que esteja tentando protelar seu processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa, ao apresentar novo recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No recurso, o peemedebista questiona a aprovação do parecer do relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), pela admissibilidade do processo no colegiado.
"Não estou protelando, estou apenas buscando meus direitos", afirmou Cunha. Ele rebateu acusação de seus opositores de que esteja manobrando junto ao vice-presidente da Câmara, Valdir Maranhão (PP-MA), para que o recurso apresentado por ele tenha efeito suspensivo. Cunha afirmou que, como está envolvido no processo, cabe a Maranhão despachar o recurso para a CCJ, que será responsável por decidir se o recurso terá ou não o efeito suspensivo do processo no Conselho.
Cunha apresentou recurso contra a aprovação do parecer do relator, em que pede a suspensão da tramitação do processo contra ele no Conselho de Ética. No documento de 54 páginas, ele faz outros 11 pedidos. Ele requer, por exemplo, que sejam anulados o sorteio pelo qual escolheu-se o relator e a tramitação da ação porque os votos em separado de dois integrantes de sua tropa de choque não foram considerados.
Cunha pede também que seja reconhecido o cerceamento de sua defesa; que o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), seja afastado até que duas questões de ordem apresentadas por aliados dele sejam respondidas. Solicita ainda que o voto de Araújo, que desempatou a votação da admissibilidade do processo, seja considerado branco. Por fim, ele pede que seja reconhecido o impedimento de Araújo e a consequente anulação de todo os seus atos.