Reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira, 9, mostra que dois peritos constataram falsificação da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), aliado de Cunha.
Líder do partido de Gurgel, Quintella Lessa assumiu o lugar do deputado para garantir voto favorável a Cunha, ou seja, contra o parecer pela admissibilidade da ação que pode culminar com a cassação de Cunha. Mesmo assim, o parecer foi aprovado por 11 a 10. Cunha recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pediu a anulação da sessão ocorrida no dia 1º de março.
"Essa assinatura que está em discussão não é minha, é dele", afirmou Quintella ao jornal O Estado de S.Paulo. "A única assinatura minha é para minha indicação. O Vinícius é que mandou o ofício dele para a Mesa Diretora renunciando. A Mesa tem um setor que confere e já declarou que a assinatura dele confere. Se ele assinou na pressa, correndo, não posso falar.
Na noite da votação, adversários de Cunha desconfiaram da troca de última hora e sugeriram ao presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), que não aceitasse a mudança. Os aliados de Cunha alegaram que Gurgel estava doente e que o documento foi encaminhado naquele dia por meio de avião. Araújo aceitou a mudança. Nesta semana, Gurgel voltou como titular ao colegiado, o que gerou revolta.
Ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, parlamentares contaram que Gurgel faz uso de forte medicação e que no dia ele estava em Brasília, mas não tinha condições de comparecer à sessão noturna. A assinatura, segundo eles, pode ter saído diferente devido às condições em que ele se encontrava. À Folha de S. Paulo, o deputado disse que "estava de ressaca".
"Ele já declarou que assinou. A condição em que assinou cabe a ele justificar ou não. Quando chegou ao conselho, a assessoria dele já tinha mandado o ofício, foi acatado pelo órgão na Mesa responsável por conferir a assinatura. Só fiz manifestar o voto dele e fui embora", afirmou Quintella..