O temor do governo é que o acirramento da crise política possa antecipar um desembarque do principal partido da base aliada. Segundo fontes, o vice-presidente afirmou ao ministro que o PMDB "não deve romper com o governo".
O Palácio do Planalto acendeu um sinal de alerta com a convenção nacional do PMDB, pois, além de já prever que a ala oposicionista do partido fará discursos inflamados contra o governo da presidente Dilma Rousseff, há o temor de que o partido coloque em votação as diversas moções que serão apresentadas de pedido de afastamento do governo. O Planalto acha que, se conseguir barrar as moções, evitará um desgaste e a ruptura com o partido.
A presidente Dilma Rousseff, apesar de ter feito um discurso público ontem pregando "diálogo e unidade", até agora, segundo interlocutores, não se programou para conversar com o vice. A princípio, ela não está cogitando conversar, mas há ministros no Planalto que defendem que ela procure Temer para azeitar o entendimento entre eles.
Uma fonte ligada ao vice-presidente disse ontem que a tendência de desembarque é "crescente" e que hoje as chances são "de 60%" de uma moção ser aprovada pela independência do PMDB..