A ameaça dos peemedebistas de deixar o governo não é de hoje. Mas agora o desembarque parece iminente com o agravamento da crise após a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira (4), e o vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido) acusando Dilma de tentar interferir nas investigações da Operação Lava-Jato.
No próximo sábado, o PMDB faz convenção para eleger o novo diretório do partido, com a expectativa de recondução de Temer à presidência do partido por mais dois anos. Em dezembro passado, Temer já havia ensaiado um rompimento com o governo por meio de uma carta endereçada à presidente Dilma Rousseff.
Na ocasião, ministros ligados a Dilma culparam Temer pelo agravamento da crise política e disseram que o gesto dele, rompendo com o governo, funcionou como um gatilho para que alas do PMDB e de outros partidos da base aliada se rebelassem contra Dilma. Temer tentou minimizar o ato.
Agora, no encontro do próximo sábado, Temer e outros caciques do PMDB avaliam lançar a proposta para liberar a bancada do partido na Câmara na votação do impeachment da presidente e de outras matérias relacionadas à pauta econômica, entre elas as relacionadas com o ajuste fiscal e a reforma da Previdência.
Nessa quarta-feira (9), Lula se reuniu com o senadores peemedebistas ede outros partidos da base aliada. Após a reunião com Lula, senadores tucanos, entre eles o senador Aécio Neves, também presidente nacional do PSDB, também tiveram um encontro reservado com os parlamentares peemedebistas. O PMDB é cobiçado por ser o fiel da balança para governistas e oposição. A bancada dos peemedebistas conta com 66 deputados na Câmara e 17 senadores. .