Brasília - Na esteira da maior aproximação do governo com o PT depois que a Operação Lava-Jato levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prestar depoimento de forma coercitiva, as lideranças do partido pressionam a presidente Dilma Rousseff a não encaminhar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional. Mas o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, segue com a intenção de enviar o projeto no fim de abril como o programado.
Interlocutores do Palácio do Planalto asseguram que a reforma permanece como prioridade para a presidente, mas não descartam algum atraso em função do ambiente político. "Não se faz uma reforma desse porte sem que haja ambiente para tal", disse uma fonte próxima à presidente.
A percepção da viabilidade política ficará mais clara com o avanço do cronograma de debates do Fórum da Previdência, formado por representantes do governo, trabalhadores e empresários para definir uma proposta.
Enfraquecimento
A aprovação de mudanças nas regras para a aposentadoria é a principal estratégia do ministro Barbosa para o reequilíbrio das contas públicas no futuro. E uma mudança nessa decisão seria interpretada como um sinal de enfraquecimento do ministro num momento em que o PT pede por mudanças na política econômica, repetindo o que ocorreu com o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Sem a sinalização para os gastos com a Previdência, a reforma fiscal apresentada pela equipe econômica, que inclui um teto para o gasto, fica sem o alicerce, de acordo com fontes da área econômica.
Os interlocutores da área econômica admitem, no entanto, que o fator político agravado pelo depoimento de Lula na sexta-feira passada pode acabar modificando o "timing" do envio da proposta, embora a presidente tenha concordado em levar adiante a reforma. "Não dá para ser autista e fingir que não tem uma crise política", admitiu uma fonte do Ministério da Fazenda.
Quando assumiu o cargo, no fim do ano passado, a intenção do ministro manifestada em entrevistas era a de concluir a proposta em janeiro, o que não ocorreu pela resistência do ministro da Previdência, Miguel Rossetto. Ele é um dos principais entraves à mudança, o que tem levado ao descrédito da estratégia do ministro Nelson Barbosa pelos analistas do mercado financeiro.
Em negociação
Barbosa e sua equipe correm para concluir, na próxima semana, a proposta de reforma fiscal e de alongamento da dívida dos Estados com a União. A intenção é enviar as duas mudanças no mesmo projeto que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A proposta está em fase final de negociação com os governadores.
O sinal de mudanças no atendimento da pauta petista já pode ser sentido com os anúncios dos últimos dois dias, que incluem maior oferta de crédito pela Caixa Econômica Federal, redução de taxas dos financiamentos do BNDES e maior ajuda aos Estados quebrados - medidas que vão na contramão do ajuste fiscal. Lula era, nos últimos meses, a principal voz a pedir mudanças na política econômica.
Interlocutores do Palácio do Planalto asseguram que a reforma permanece como prioridade para a presidente, mas não descartam algum atraso em função do ambiente político. "Não se faz uma reforma desse porte sem que haja ambiente para tal", disse uma fonte próxima à presidente.
A percepção da viabilidade política ficará mais clara com o avanço do cronograma de debates do Fórum da Previdência, formado por representantes do governo, trabalhadores e empresários para definir uma proposta.
Enfraquecimento
A aprovação de mudanças nas regras para a aposentadoria é a principal estratégia do ministro Barbosa para o reequilíbrio das contas públicas no futuro. E uma mudança nessa decisão seria interpretada como um sinal de enfraquecimento do ministro num momento em que o PT pede por mudanças na política econômica, repetindo o que ocorreu com o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Sem a sinalização para os gastos com a Previdência, a reforma fiscal apresentada pela equipe econômica, que inclui um teto para o gasto, fica sem o alicerce, de acordo com fontes da área econômica.
Os interlocutores da área econômica admitem, no entanto, que o fator político agravado pelo depoimento de Lula na sexta-feira passada pode acabar modificando o "timing" do envio da proposta, embora a presidente tenha concordado em levar adiante a reforma. "Não dá para ser autista e fingir que não tem uma crise política", admitiu uma fonte do Ministério da Fazenda.
Quando assumiu o cargo, no fim do ano passado, a intenção do ministro manifestada em entrevistas era a de concluir a proposta em janeiro, o que não ocorreu pela resistência do ministro da Previdência, Miguel Rossetto. Ele é um dos principais entraves à mudança, o que tem levado ao descrédito da estratégia do ministro Nelson Barbosa pelos analistas do mercado financeiro.
Em negociação
Barbosa e sua equipe correm para concluir, na próxima semana, a proposta de reforma fiscal e de alongamento da dívida dos Estados com a União. A intenção é enviar as duas mudanças no mesmo projeto que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A proposta está em fase final de negociação com os governadores.
O sinal de mudanças no atendimento da pauta petista já pode ser sentido com os anúncios dos últimos dois dias, que incluem maior oferta de crédito pela Caixa Econômica Federal, redução de taxas dos financiamentos do BNDES e maior ajuda aos Estados quebrados - medidas que vão na contramão do ajuste fiscal. Lula era, nos últimos meses, a principal voz a pedir mudanças na política econômica.