Mais cedo, em evento de comemoração pelos 30 anos do Tesouro Nacional, Barbosa fez um forte discurso em defesa da adoção de medidas de estabilização da economia no curto prazo e de reformas de longo prazo e disse que vem trabalhando para atender a demandas do PT e do PMDB. "As propostas refletem pontos apontados pelos dois principais partidos de apoio ao governo. Tem ações de curto prazo para estabilizar renda e emprego, como propõem lideranças do PT, e envolve a adoção de reformas estruturais para controlar despesas, como propõem várias lideranças do PMDB", afirmou.
Lula tem resistido à ideia de ser ministro, mas já há a especulação de que petistas descontentes com as políticas de Barbosa poderiam "pedir a cabeça" do ministro da Fazenda caso o ex-presidente volte para o governo. Lula poderia inclusive voltar a sugerir o nome de Henrique Meirelles para o posto, acreditam alguns integrantes do partido.
Os ministros mais próximos da presidente Dilma Rousseff são os mais empenhados em tentar convencer o ex-presidente a se instalar novamente no Palácio do Planalto e tentar "salvar" o governo e o projeto do PT. Além disso, a avaliação dos petistas é que a nomeação de Lula evitaria uma prisão do símbolo máximo do partido, porque acreditam que, em seguida da prisão, viria uma "quase imediata" condenação do ex-presidente.
Dilma não é contrária à ideia. No entanto, interlocutores do Planalto admitem que a chegada do padrinho político da presidente a deixaria enfraquecida e isolada. Alguns assessores palacianos afirmam que ela deve "pagar logo o preço" da inabilidade política, antes que "custe caro demais".