Moro defende manifestações 'sem violência e sem ódio'

Estão marcadas para o próximo domingo manifestações em todo o país contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Movimentos que apoiam a presidente e Lula estão divididos se participam ou não dos protestos

Juiz Sérgio Moro é coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato - Foto:

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos em primeiro grau da Operação Lava-Jato, defendeu publicamente esta semana o direito a manifestações, "seja de um grupo ou seja de outro", desde que realizadas "sem violência e sem ódio". Estão marcadas manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff em todo o país para o domingo, 13.

"São compreensíveis as angústias e as reclamações diante do contexto econômico e político, mas ainda sim é importante que isso seja desenvolvido sem discurso de ódio, sem violência contra ninguém", afirmou Moro em palestra para empresários, em Curitiba.

"Apesar desse quadro um tanto quanto desalentador do momento, recessão profunda, desemprego crescente e corrupção sistêmica, eu tenho confiança de que nós brasileiros vamos conseguir superar esses problemas." O juiz da Lava-Lato falou a empresários em duas palestras realizadas em Curitiba, nesta quarta-feira, 9, e quinta-feira, 10.

Ele defendeu as investigações da Lava Jato e o enfrentamento ao que chamou de "corrupção sistêmica" no País. Para o magistrado, a crise econômica não é resultado das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que revelaram o maior escândalo de corrupção do governo federal.

"Temos uma história nesse País, já superamos crises econômicas pretéritas terríveis, nós vencemos duas ditaduras no século 20, Estado Novo e a ditadura militar, tivemos triunfo contra a hiper inflação nos anos 80 anos 90, tivemos a crise da dívida nos anos 80, mas nos superamos todos esses problemas. Mas superamos andando juntos pra frente e não para trás."

O juiz da Lava-Jato repetiu nos dois eventos ficar "consternado com esse quadro econômico, de recessão e desemprego". Mas afirmou não acreditar que a culpa seja da Lava-Jato. "Trabalhar contra um quadro de corrupção sistêmica é algo que só nos traz ganhos, não tenho nenhuma dúvida quanto a isso."

"Tenho crença que confiando na democracia, confiando nas instituições confiando na regra do direito nos vamos conseguir superar esses desafios", conclui Moro..