"A nota vai ser de rompimento imediato. Está evoluindo para esse cenário. As lideranças poderão ser atropeladas pelos filiados", disse o deputado Darcísio Perondi (RS). O texto ainda não havia sido concluído até quinta-feira, 10.
Ainda pela manhã, o grupo tratava de ajustar a nota costurada por peemedebistas defensores de uma saída mais ponderada. O documento que estava sendo costurado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo senador Romero Jucá (RR), com aval do vice-presidente Michel Temer (SP), proporia um distanciamento mais lento entre PMDB e governo, começando pela liberação de seus parlamentares para votar contra Dilma no Congresso, não só no impeachment, mas em todas as matérias, inclusive as das pauta econômica.
No início da tarde, os oposicionistas começaram a discutir a apresentação de uma moção propondo uma autoconvocação de nova convenção em 30 dias para votar o desembarque, já que o edital do encontro deste sábado não prevê a votação do rompimento.
Já no começo da noite, o discurso mais radical voltou a ganhar força. O grupo antigoverno se disse pressionado pelas "bases do partido" e animado com informações dos movimentos de rua, que relataram aos deputados que, de quarta para quinta-feira, a expectativa de público nas manifestações por todo o País aumentou consideravelmente.
"A gente avançou, refluiu e agora avançamos de novo. Política não é uma ciência exata.
A ala que tenta preservar alguma relação com o governo informou que continuará dialogando com os oposicionistas em busca de uma solução "meio termo". "A gente continua conversando. Conversa e caldo de galinha não fazem mal a ninguém", disse o ex-ministro Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e braço direito de Temer.
Defensor do rompimento, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu a discussão de alguma proposta relacionada ao desembarque do governo. "Qual vai ser o resultado, não sei. Mas que alguma coisa disso vai ser votada, não tenho dúvida. Tem que debater", afirmou Cunha..