Brasília - O vice-líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), condenou nesta sexta-feira, o pedido de decretação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo e disse que os promotores agem num momento político conturbado para ampliar o clima de acirramento às vésperas das manifestações de domingo, 13. "Ele (Cássio Conserino) deve ser considerado 'corresponsável' por qualquer coisa mais grave que venha a ocorrer no País por conta dessa conduta imatura e irresponsável", declarou o parlamentar no período da manhã.
O petista acusou os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araujo de terem agido de forma coordenada com os organizadores dos atos marcados para domingo para colocar "lenha na fogueira" e ressaltou que os militantes de esquerda também pretendem ir às ruas no mesmo dia. "Ninguém vai nos expulsar da rua. Não vamos nos intimidar", avisou o deputado, ressaltando que a orientação é para que a militância evite o confronto. No Rio Grande do Sul, por exemplo, Pimenta informou que haverá um "coxinhaço", um churrasco de coxas de frango, em um parque de Porto Alegre.
O deputado cobrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste o quanto antes sobre a quem cabe a condução da ação contra o ex-presidente, se o caso deve ficar em Curitiba ou São Paulo. Ele avalia que a situação gera um clima de insegurança jurídica. "Queremos que o STF se manifeste. Não podem continuar nessa situação", insistiu. Ele disse que o partido espera que a juíza de São Paulo se manifeste com "serenidade" sobre o pedido dos promotores paulistas.
Perseguição
Em nota divulgada na manhã desta sexta, o líder da bancada, Afonso Florence (BA), disse que o pedido de prisão de Lula busca "calar a maior liderança popular da história política brasileira". "Da busca malograda de pistas, os promotores descambaram para a pura perseguição política", afirma Florence.
O líder enfatizou que o partido se posicionará "incondicionalmente" na defesa da liberdade política de seu fundador. "As 'justificativas' apresentadas pelos promotores se restringem a opiniões políticas, improcedentes à peça jurídica. Todos os defensores do devido processo legal e da liberdade de opinião política encontram na referida peça improcedência manifesta", lembrou.