Promotor não pediria prisão por suspeitas no Paraguai, diz ex-presidente Lugo

O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo chegou na tarde desta sexta-feira ao Instituto Lula, em São Paulo, para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lugo falou rapidamente com jornalistas, disse acompanhar "de longe" a situação no Brasil. Ele disse não saber os detalhes dos acontecimentos recentes no Brasil, nem das investigações que envolvem Lula, mas que no país dele "nunca ocorreria de um promotor, por suspeita, pedir a prisão" de um ex-presidente.

Nesta quinta-feira, 10, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu a prisão preventiva do ex-presidente brasileiro no caso em que ele foi denunciado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro em suposta ocultação do patrimônio de um tríplex no Guarujá, na Baixada Santista (SP).

Deposto em 2012, numa manobra no Senado paraguaio, Lugo disse que os casos de deposição de presidentes na história recente da América Latina são "muito diferentes", mas que "há coisas similares". O ex-presidente do Paraguai citou o próprio caso e a deposição do ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya, em 2009, traçando um paralelo com a situação atual do Brasil e o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"São casos de golpes suaves, como dizem, não como na década de 1970, quando eram escandalosos (os golpes militares). Creio que os golpes feitos pela direita (agora na América Latina) são muito mais refinados, estudados com aparência e disfarce de legalidade."

Próximo a Lula, Lugo disse que veio fazer uma visita para "dar força" ao ex-presidente brasileiro. "Venho visitar o amigo Lula, ver como está, senti-lo, dar-lhe um abraço e força." O ex-presidente paraguaio também disse que quer se inteirar da situação no Brasil..