O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi diagnosticado com câncer na bexiga, segundo informações de seu advogado Arnaldo Malheiros Filho. Bumlai está preso desde 24 de novembro de 2015, data em que foi deflagrada a Operação Passe Livre, etapa da Lava Jato. O pecuarista é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Segundo a defesa de Bumlai, em petição ao juiz Moro, antes de ser preso preventivamente na Lava Jato, Bumlai “estava realizando acompanhamento médico regular em virtude de diversos problemas de saúde diagnosticados nos últimos anos, entre eles o glaucoma". “Além de confirmar tal informação, no último dia 11 de janeiro, o médico da família indicou a extrema necessidade de realização de exames para investigar o episódio de sangramento de urina ocorrido na carceragem da Polícia Federal de Curitiba, bem como a necessidade de realização de fisioterapia para tratar a osteoartrose", assinalam os defensores.
Na ocasião, os advogados do pecuarista revelaram detalhes sobre as complicações que afligem Bumlai e sua família. “Nos últimos dias tem apresentado novamente sintomas de prurido, irritação e baixa acuidade visual. Sinais que, considerando o histórico médico, indicam a probabilidade de novo quadro de glaucoma. É importante salientar que o não tratamento dessa doença pode trazer sérias consequências a seu portador, inclusive a cegueira. Bem por isso é que o médico pessoal solicitou a realização de exames para possibilitar o diagnóstico da possível enfermidade relacionada aos sintomas mencionados."
Na autorização, o juiz Moro anotou que no dia 11 de janeiro já havia permitido o deslocamento de Bumlai ao Hospital Santa Cruz para que realizasse exames “devido a episódio de sangramento na urina recorrente desde antes de sua prisão".
“Havendo recomendação médica, não cabe a este Juízo valorar a pertinência ou não da realização dos exames. Observo, no entanto, que o problema do trato urinário não é recente, tendo ocorrido sangramento antes mesmo da efetivação da prisão, sem que o custodiado tenha se submetido de pronto a tratamento."
O pecuarista é acusado de ter tomado empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões em outubro de 2004 junto ao Banco Schahin - em troca, o Grupo Schahin foi contratado para operar sondas na Petrobras ao preço de US$ 1,6 bilhão, em 2009, no governo Lula.