São Paulo - Centenas de promotores e procuradores divulgaram ontem manifesto em apoio aos promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araujo, que denunciaram criminalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pediram sua prisão preventiva. A ex-primeira-dama Marisa Letícia, o filho mais velho do casal, Fábio Luís, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro - conhecido como Léo Pinheiro - e outros 11 investigados também foram denunciados.
"Em tempos de crise, a força do Direito e das instituições democráticas é colocada à prova. Por isso, é indispensável atravessar a turbulência sem pôr em risco conquistas históricas, entre as quais a independência funcional e o poder investigatório dos membros do Ministério Público", afirma o texto. "Assim, convictos dos fundamentos acima expostos, nós desejamos força e depositamos toda confiança no trabalho dos colegas Cássio Conserino, Fernando Henrique de Moraes Araújo e José Carlos Blat, pois devidamente alinhado à Constituição e às leis da República."
Polêmica
As acusações de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica contra Lula e o pedido de prisão do petista provocaram reações intensas. Em todo o País eclodiram manifestações em defesa do petista e a favor da medida pleiteada pelos promotores paulistas.
"No exercício de suas funções constitucionais, muitas vezes o Ministério Público enfrenta forças políticas e econômicas de diferentes grandezas. Mesmo diante das dificuldades, a instituição sempre prestou serviços cuja relevância é reconhecida pela sociedade, destinatária dos nossos trabalhos. Esse reconhecimento se deve à qualidade técnica, combatividade e independência com que as atividades ministeriais são conduzidas - mesmos atributos que nortearam o trabalho dos promotores de Justiça no caso Bancoop", sustenta a nota.
O Ministério Público de São Paulo atribui a Lula a propriedade do tríplex 164-A, no Condomínio Solaris, no Guarujá. A família do petista adquiriu uma cota do empreendimento em 2005, o que foi declarado à Receita Federal em 2006, no valor de R$ 47 mil. Três anos depois, a Bancoop, cooperativa responsável pelos empreendimentos do edifício Solaris ficou insolvente e os imóveis foram repassados para a OAS, que assumiu as obras. Para os promotores paulistas, o imóvel sempre esteve reservado para a família.
Na última sexta-feira, 11, a juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal da Capital, decretou segredo de Justiça do processo.